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Cenário econômico favorece o investimento de longo prazo em ações

A crise mundial impulsionada pela pandemia da Covid-19, as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia, aliada à alta de preço do petróleo e o aumento da dívida pública desencadeou a queda no PIB das maiores economias, depreciação das principais moedas, como o euro e a libra, assim como o aumento global das taxas de juros e inflação. Esses efeitos da macroeconomia impulsionaram a desvalorização nos preços das ações a nível mundial. Esse momento oportuno para investir em determinadas ações acontece devido as correções nos preços das ações, que antes da crise dos últimos anos estavam muito acima da relação com os lucros das empresas. Isso pode ser conferido através do indicador mais utilizado mundialmente que é o índice P/L, equivalente ao Preço/Lucro de uma ação.

Em uma análise dos principais índices das bolsas mundiais no período de 11/10/2021 até 11/10/2022, vemos que o S&P500, Dow Jones Industrial Average, Nasdaq Composite, Nikkei 225, Euronext, London Stock Exchange, Shanghai Composite e o Ibovespa – com exceção do Ibovespa da Bolsa de Valores do Brasil (B3) que valorizou-se 2,36% - todos apresentaram as respectivas quedas: 17,70%, 15,16%, 28,03%, 7,36%, 35,99%, 2,49% e 17,04%. Essa desvalorização generalizada fez com que a capitalização do mercado a nível mundial caísse, essa capitalização corresponde ao somatório do valor de todas as empresas negociadas nas principais bolsas do mundo conforme os índices citados. Tal baixa abre um questionamento: o mercado já se desvalorizou o suficiente e agora está com indicação de compra?

Os números mostram que sim, já que algumas das principais ações negociadas nas bolsas americanas caíram muito no período entre 11/10/2021 para 11/10/2022. Este é o caso da Meta Platforms (META), Amazon.com.Inc (AMZN), Tesla Inc (TSLA) e Apple Inc. (AAPL), que desvalorizaram respectivamente: 60,5%, 30,87%, 17,91% e 2,68%. No mesmo período, algumas empresas na B3 igualmente tiveram quedas, como a Vale do Rio Doce (VALE3,), Usiminas (USIM5), Braskem (BRKM5) e Via Varejo (VIIA3), respectivamente: 1,26%, 50,03%, 30,04%, 52,1%.

Observa-se, também, que empresas com grande participação no Ibovespa valorizaram, como a Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), que subiram 81,92% e 39,63%. A regra para todo investidor do mercado de ações é comprar quando os preços estão depreciados em relação ao seu valor, ou seja, “comprar na baixa e vender na alta”, quando os preços superam, e muito, o seu valor. Considerando isso, a partir de uma análise fundamentalista pode-se detectar empresas que apresentam boas oportunidades de investimento a longo prazo, pois a queda drástica dos preços de suas ações não se justifica por apresentarem fundamentos sólidos, como baixo P/L, P/VPA e endividamento, crescimento do Patrimônio Líquido, baixo EV/EBITDA, Crescimento da Receita etc.

O investidor da bolsa que investe em ações muito descontadas ( Value Investing) pode analisar essas empresas que apresentam tais indicadores fundamentalistas e que sofreram fortes correções devido a um momento não oportuno da macroeconomia. Pode-se dizer que é a ideia de comprar algo bom por um preço muito melhor. Neste caso, a premissa é de que as decisões de quando comprar são de vital importância para o resultado final. Então, é importante concentrar-se em investir em boas empresas a bons preços, e usar o tempo a seu favor. E não esquecer de que é preciso fazer um bom planejamento e investir com a assessoria de um especialista com experiência no mercado de ações, só assim o investidor estará minimizando o seu risco e maximizando o retorno do seu investimento na carteira de ações. Segundo o economista americano Robert Shiller, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2013, “O mercado de ações tem um histórico muito melhor de valorização e permite maior diversificação do que imóveis”, assim, aproveitar momentos em que o cenário econômico possibilita adquirir ações de boas empresas descontadas é uma ótima oportunidade de investimento.

Artigo de autoria do economista e investidor autônomo, Manoel Gil Costa Soares