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O que esperar para o mercado acionário do Brasil em 2023?

Os mercados financeiros registram ao longo de sua história oscilações de altos e baixos, eventos que nunca deixarão de acontecer uma vez que fazem parte dos ciclos econômicos que acompanhamos periodicamente. Como exemplo temos o crash da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, a crise do subprime nos Estados Unidos em 2008, no qual o Ibovespa teve uma queda de 43,8% no ano e, agora, a crise decorrente da pandemia de Covid-19, com a tentativa de ajuste dos mercados globais aos efeitos na macroeconomia, como o aumento da inflação, taxa de desemprego e de juros etc.

São nessas situações em que o mercado faz suas correções nos preços dos ativos, e pode ser que os ajustes sejam tão drásticos que surgem oportunidades de reversão do mercado para compra de ativos muito desvalorizados. O investimento em ações deve-se ter como premissa básica que a aplicação seja de longo prazo, onde o tempo minimizará os efeitos da volatilidade. Neste ponto surge uma pergunta: Porque muitos investidores perdem dinheiro com suas ações e desistem do mercado? Em muitos casos, são investidores que aplicam de maneira especulativa e no curto prazo, pensando que a Bolsa de Valores é um cassino onde pode-se ganhar dinheiro rapidamente, e, na verdade, não é bem isso. Quando se investe em ações, você está sendo sócio da empresa e será beneficiado com o seu crescimento e resultados futuros. O que todo investidor deve fazer é uma boa análise da empresa em que aplicará seu dinheiro, analisar seu setor e a sua gestão corporativa, utilizando indicadores fundamentalistas e, também, uma análise qualitativa.

Veja que em duas décadas, de 2000 até 2021, o Ibovespa subiu mais de 580% contra 285% da inflação acumulada no mesmo período. Assim, por exemplo, um investidor que tivesse uma carteira com as ações que meramente acompanhassem o desempenho do Ibovespa nesse período, teria uma rentabilidade aproximada de 76,6% no ano.

Atualmente, com a crise econômica global, vemos que o índice das bolsas de valores mundiais caiu drasticamente, e o preço das ações de boas empresas sofreram ajustes além do necessário, mostrando que em 2023 pode ocorrer um processo de reversão da queda, o que abre caminho para a compra de ações muito desvalorizadas.

Tomando como base o indicador mais utilizado mundialmente que é o P/L (Preço/Lucro), e usando como parâmetro o Ibovespa, observa-se que o P/L em agosto de 2022 estava em 7 vezes, ou seja, o preço da ação representa 7 vezes o seu lucro anual. Esse é o menor número desde a crise de 2008, o que significa que o risco implícito no mercado de ações no Brasil está próximo dos maiores níveis da história.

Para exemplificar o investimento de longo prazo, tomamos como base a Petrobras-PETR4 (26/01/2016 - Preço R$ 4,21), Gerdau-GGBR4 (26/01/2016 - Preço R$3,27) e a Randon S.A-RAPT4 (15/02/2016 - Preço R$ 1,74). Estas ações, sem incluir os dividendos, tiveram de retorno, aproximadamente, os respectivos números: 487%, 862% e 392%, tendo como base a data de 09/12/2022.

Afirmar que 2023 é um bom ano para começar a investir em ações de longo prazo, é pensar que houve correções acima da média em ações de boas empresas, e que a economia global converge aos poucos para uma estabilização na taxa de juros a nível mundial, o que impactaria em uma recuperação gradual do crescimento do PIB mundial, assim como uma sinalização positiva para o mercado de ações.

Não devemos esquecer que o investimento em ações é renda variável, o que, por definição, é uma aplicação de risco, mas que pode ser minimizada com um bom planejador financeiro e através de administradores com credibilidade e competência.

 

Artigo de autoria do economista e investidor autônomo, Manoel Gil Costa Soares.