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Mercado de Capitais e o novo Governo


José Junior de Oliveira

Economista, Analista de Mercado de Capitais, Presidente da Apimec-Sul, Conselheiro eleito Corecon-RS
Corecon-RS Nº 5500

 

 

Quais as expectativas do mercado de capitais com o Governo Jair Bolsonaro?

O mercado de capitais reagiu positivamente à eleição de Jair Bolsonaro, principalmente porque há alguns anos não vem sendo utilizadode maneira mais ativa, como meio de alocar investimentos para o setor produtivo. O mercado foi muito penalizado nos últimos anos, e, até, subutilizado, devido ao papel mais intervencionista do governo. Também,em razão da crise econômica que vivemos, com elevadas incertezas afastando o investidor, tanto da bolsa de valores como na alocação de recursos na criação ou ampliação de empresas. A eleição de Bolsonaro trouxe melhora na expectativa dos investidores, o que influencia positivamente o mercado. Na cerimônia de posse o novo ministro da Economia demonstrou conhecimento profundo do cenário atual e fez um discurso forte da necessidade de implementação de uma agenda econômica mais liberal e de ajuste fiscal o que está alinhada com as expectativas dos investidores. Isso fez com que o mercado reagisse positivamente nos primeiros dias do ano, com o Ibovespa subindo forte e os juros futuros caindo, o que é muito positivo. Entretanto, é necessário o novo governo confirmar a expectativa com a implementação de uma agenda positiva, com as reformas necessárias, como a da previdência e o saneamento das contas públicas, para recuperar a confiança no país e os investimentos serem retomados na prática.

Que balanço pode ser feito pelo mercado de capitais sobre esses últimos anos de crise econômica?

O mercado de capitais perdeu espaço nos últimos anos, mesmo antes da crise se iniciar, sobretudo pela elevação da participação do Estado na economia. O governo anterior tinha um entendimento de que o mesmonão era relevante para o investimento, o que, em minha opinião, é um enorme equívoco. O mercado de capitais é uma forma dos empreendedores alocarem capital de risco em diversos setores da economia, para obter melhores retornos e ao mesmo tempo impulsionar a atividade econômica e gerar emprego, renda e mais arrecadação para o próprio governo. Adicionalmente, a crise econômica corroborou para a piora no cenário, o que acabou atrapalhando muito o crescimento do mercado de capitais. Não somente alocação de recursos em bolsa de valores, mas investimentos em Venture Capital,Private Equity e até mesmo investimento direto. Outro fator a destacar é que em um cenário de juros elevados, como o que tivemos até meados de 2017, direcionou o investidor para títulos de renda fixa com menor risco e com uma remuneraçãoatrativa. A medida que os juros (taxa Selic Meta) começa a ter uma trajetória de queda, o investidor tende a buscar investimentos de maior retorno, porém, com risco mais elevado, o que é natural. Porém, para isso ocorrer na prática é preciso melhorar a confiança na condução da política econômica, o que parece estar ocorrendo neste momento.

Como o mercado está vendo a composição da equipe econômica que deveassumir a partir de janeiro próximo?

O mercado em geral está otimista. Alguns fatores positivos na equipe que está sendo montada podem ser destacados: (i) o presidente indicado para o Banco Central veio do mercado financeiro, bem com o novo “Super-Ministro” da Economia, o que é visto com bons olhos pelo mercado;(ii) a ideia de tornar o Banco Central independente, com mandato do presidente e diretores descasado do mandato do executivo,também é positiva; (iii) a proposta de tornar o tamanho do estado menor e mais eficiente, atuando nas áreas em que realmente precisam de sua presença, também anima o mercado. Entretanto, tem-se observado que investidores, principalmente internacionais, nos Estados Unidos e Europa, demonstram um grau maior de ceticismo com a capacidade de o governo do presidente eleito tornar realidade a reforma da Previdência Social em 2019 e conseguir um ajuste fiscal eficiente. Para eles, o ponto mais complicado para a nova administração é a articulação política, que será fundamental para conseguir a aprovação, no Congresso, desta mudança estrutural do sistema de benefícios a aposentados e ajustar as contas públicas, que é essencial para a sustentabilidade da dívida pública no longo prazo.Em síntese, a expectativa é positiva, mas precisará ser confirmada. O que se viu no discurso de posse do novo ministro da Economia foi uma fala do cenário real da economia e da necessidade de ajustes fortes, inclusive da redução do tamanho do Estado e melhora de sua eficiência, o que é visto de maneira positiva pelos investidores.

Com a chegada do novo governo, a tendência é de aumentarem os investimentos e diminuírem os riscos?

Alguns investidores postergaram seus investimentos em capital de risco, ou suas decisões, esperando o resultado das urnas. Muitas empresas que estavam preparando oferta pública inicial de Ações (IPO) também postergaram para esperar um melhor momento de mercado e isso poderá ocorrer e ser um fator positivo a partir de 2019. Outro exemplo é o mercado de Fusões e Aquisições de empresas, que já está se movimentando e retomando muitos negócios que estavam em compasso de espera.Com um ambiente econômico favorável, os investimentos devem ser retomados. Já, os riscos podem ser mitigados com a diversificação na alocação dos ativos (risco não sistemático) e com um governo que implemente uma política econômica mais previsível (risco sistemático), o que melhora muito o ambiente e reduz as incertezasno cenário doméstico. O que se vê, por enquanto, é melhora no ânimo dos investidores, que ficam mais propensos a alocar recursos via mercado de capitais, ou seja, a tendência é de aumentarem os investimentos. Mas as decisões vão depender do cenário e das ações efetivas do próximo governo.

Que tipo de mercado deve reagir mais positivamente à chegada do novo governo?

Se o cenário construído pelo governo for positivo e o mesmo conseguir colocar em prática um ajuste fiscal forte para sanear as contas públicas, com reforma da previdência e a retomada gradual da atividade econômica, o mercado de ações tende a ser o que vai reagir mais rapidamente (se valorizar mais). Mas é importante destacar que o cenário externo também influencia no mercado de capitais brasileiro. Do volume negociado em nossa bolsa de valores (B3), uma parte significativa é proveniente do investidor estrangeiro. Quando esse investidor vai decidir onde alocar seus recursos, ele considera uma série de fatores, inclusive o cenário nos países desenvolvidos. Alguns pontos a serem observados, que podem influenciar o mercado e o desempenho da nossa bolsa e, como consequência, nos recursos que serão direcionados, são a elevação dos juros norte-americanos, mesmo que em menor escala, em 2019; as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que devem continuar; a desaceleração do crescimento da economia chinesa; e os impactos e a forma desaída da Inglaterra da União Europeia (Brexit).O otimismo atual é maior do que a retomada da atividade econômica. As empresas brasileiras indicam uma melhora nos resultados, mas, para as ações voltarem a subir de forma consistente na bolsa brasileira e o mercado de capitais atrair recursos, é necessário que o novo governo implemente as medidas pró-mercado que prometeu e que faça as reformas.