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Gestão de risco e o stress do mercado


Isabel Gaio Schutt

Gerente de Risco de Liquidez e Alocação de Capital Banco Cooperativo Sicredi
Corecon-RS n° 7683

 

Como funciona o gerenciamento de riscos de uma instituição financeira?

A gestão de risco de instituições financeiras é muito forte, muito regulada quando comparada com outras empresas. A forte regulação deste setor acontece pelo impacto que a falência de um banco pode gerar na economia. Os Acordos de Basileia regulam e estabelecem diretrizes internacionais para que cada país, por meio dos bancos centrais locais, possam criar condições que minimizem os efeitos negativos do eventual encerramento das atividades de uma instituição, ou de uma crise sistêmica como a que estamos vivendo hoje. Em outras palavras, a gestão de risco não impede necessariamente que uma instituição financeira enfrente dificuldades ou vá à falência, mas busca minimizar efeitos negativos para o sistema financeiro e, em última instância, para a sociedade como um todo.

Por que é importante a gestão de risco?

O risco está associado às incertezas dos negócios que podem resultar em ganhos ou perdas para instituição e partes interessadas. O objetivo da gestão de risco é reduzir as incertezas e minimizar os impactos das perdas. Ou seja, a gestão de riscos não consiste em atividade voltada à eliminação dos riscos, mas à sua identificação, mensuração e controle, permitindo que o desenvolvimento dos negócios e geração de valor às partes interessadas ocorra dentro dos níveis de risco esperados. No caso das instituições financeiras, o grande objetivo da gestão de risco é buscar a preservação da liquidez e do capital para conseguirem sobreviver e atravessar justamente um período de stress, sem que isso traga perdas à sociedade e partes interessadas.

Como os bancos reagem a esse cenário que os países estão vivenciando agora?

O principal objetivo de uma instituição financeira, especialmente num cenário em que estamos vivendo agora, que é considerado de grande stress, é sobreviver e ultrapassá-lo com o mínimo de danos à sociedade. O cenário atual é bastante desafiador, e até inimaginável, mesmo considerando que o bancos fazem constantemente este exercício de simular e tentar criar cenários estressados hipotéticos, para avaliar se possui salvaguardas suficientes. Neste momento, o principal desafio é garantir liquidez suficiente para suportar um período de inadimplência maior, e também a incerteza do comportamento dos agentes em relação à poupança e investimento. No caso de uma crise sistêmica como a atual, é praticamente imprescindível que haja ações de intervenção e assistência governamental. No entanto, as regras que o Banco Central impõem de forma antecedente à crise, é justamente visando mitigar o risco moral destas ações. O setor financeiro é uma das principais preocupações para o desenho da regulamentação prudencial e para o planejamento da intervenção e assistência governamental em períodos de crises financeiras

Que tipo de impactos podem ser esses?

Em função das dificuldades da economia, que se refletem diretamente no dia a dia do cidadão, que pode acabar precisando resgatar suas economias, como não conseguir pagar seus empréstimos e renegociar suas dívidas, as instituições financeiras também pode ter dificuldades em gerenciar seus fluxos de caixa, como, por exemplo, ter dificuldade em pagar resgates de depósitos caso ocorram saques em volumes muito elevado. Ou ter que reduzir a concessão de crédito para evitar colocar em risco o nível de liquidez da instituição. Além disso, as perdas com inadimplência, e menor geração de resultado pela redução do crédito, podem impactar as margens de capital para sobrevivência da instituição dependendo da duração da crise. Por isso, a gestão de risco é toda construída nesse sentido, de prever situações e saber qual a quantidade mínima de ativos de liquidez, de fluxo de caixa, e capital para que num momento de crise se tenham mecanismos para conseguir sobreviver.

O que as instituições financeiras esperam desse cenário?

Para os bancos, provavelmente este cenário vai dar bagagem para uma grande evolução da gestão de risco, envolvendo questões não apenas financeiras, mas de continuidade dos negócios, com agências fechando, de tecnologia, segurança da informação, riscos de contágio, riscos de terceiros, todos temas novos que vão ter que ser intensificados. Passando esta crise, certamente teremos aprimorado ainda mais esses modelos que tentam prever essa situação, e espera-se que o sistema financeiro volte ainda mais resiliente. Até porque gestão de risco em banco é justamente isso, tentar prever esse tipo de situação e ter ferramentas, liquidez e capital para enfretamento de uma crise, por mais que na prática as crises não ocorram como nos cenários hipotéticos, o exercício e as experiências passadas ajudam na evolução do tema. Gestão de risco é um processo contínuo.

As empresas de uma forma geral também fazem gestão de risco?

Não só as empresas, como as famílias, todos deveriam fazer esse exercício e buscar ter margem e liquidez para suportar um período de crise. A diferença é a intensidade, quantidade e nível de controle de cada agente. Na prática o cenário que estamos vivendo hoje é de muita incerteza, não sabemos ainda por quantos meses os fluxos de caixa das empresas e famílias podem ser afetados, mas para o que as empresas devem buscar é o estabelecimento de regras mínimas considerando alguns cenários adversos, para que ela possa sobreviver com saúde durante um período, com tempo suficiente para a crise passar sem danos e traumas a sua estrutura financeira.