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RS e Brasil, a nova face da matriz energética

Paulo de Tarso Gaspar Pinheiro Machado
Economista, Sócio-Diretor da DTO - Governança & Estratégia, 
Ex-Diretor-Presidente do Grupo CEEE,
Ex-Vice Presidente da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica (ABCE)

Corecon-RS Nº  3639

 

De que forma está estruturada atualmente a matriz energética do RS? 

A matriz energética do RS constitui-se, majoritariamente, por energias renováveis, com uma participação de 77%. Atualmente, 52% da nossa matriz energética corresponde à  hidroeletricidade, gerada pelas Usinas Hidrelétricas (UHEs), pelas Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) e pelas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), 23% pela energia eólica (EOLs) e 2% pela energia solar (UFVs – Usinas Fotovoltaicas), evidenciando o avanço da diversificação com a presença de fontes alternativas de energia. Temos, também, as Usinas Termelétricas (UTEs) movidas a combustíveis fósseis ou a biomassa, que são responsáveis por 23% da nossa matriz energética.

Qual a importância de uma matriz energética no Estado? 

A matriz energética representa o conjunto de fontes de energia disponíveis para a captação, geração, transmissão, distribuição de energia para os diversos segmentos de consumo de energia elétrica, como residencial, transportes, saúde, educação, agropecuária, indústria, comércio e serviços e, outros. Nesse sentido, a matriz energética do RS evidencia a disponibilidade de suas fontes de energia como um dos fatores imprescindíveis para que a economia gaúcha tenha possibilidade de obter crescimento e desenvolvimento econômico de forma a melhorar a sua competitividade e produtividade, bem como proporcionar bem-estar social de sua população.

Qual seria o cenário ideal na composição dessa estrutura? 

Tendo o RS e o Brasil uma matriz energética constituída predominantemente por fontes renováveis, de energia hidráulica, eólica, solar e biomassa, e considerando serem as únicas intrinsecamente limpas e com elevado potencial de substituir os combustíveis fósseis, configura-se um cenário perspectivo favorável para a que a nossa economia seja baseada em energias renováveis, capaz de gerar incrementos sustentáveis, como o aumento do nível de emprego e diversificação produtiva. Isso, considerando que as cadeias produtivas que transacionam com recursos renováveis exigem mais empregos por unidade de energia transformada comparado às que exploram as fontes de energia fóssil, como carvão, petróleo e gás natural. É importante ressaltar que as matrizes energéticas gaúcha e brasileira, comparadas ao mundo e aos países que integram a OCDE, apresenta expressiva competitividade nas fontes renováveis de energia.

Qual o impacto das energias verdes na composição da matriz energética do RS? 

As energias verdes, também chamadas de fontes renováveis de energia, tais como a hidráulica solar, eólica e biomassa caracterizam-se como energias limpas e assumem grande protagonismo a partir do Pacto dos Objetivos do Milênio da ONU, onde a sociedade global, direciona seus rumos a um modelo de desenvolvimento sustentável, que pressupõe a transição para uma economia mais inclusiva sob a ótica social e eficiente na sua relação com o meio ambiente, cujo modelo exige o uso de fontes de energias renováveis, não poluentes, comportamento reducionista na produção de resíduos e provedor de serviços ambientais essenciais à vida humana.

O RS é importador de energia? 

Com o incremento de fontes de energias renováveis, como eólica e solar, e mantido o ritmo de crescimento destas modalidades, o RS aproxima-se da condição de autossuficiência em geração de energia. Os investimentos realizados no setor elétrico, em fontes renováveis a partir dos anos 2000 permitiram diversificar e reforçar o suprimento da produção interna. Agrega-se a esta condição do RS, a sua inserção no Sistema Interligado Nacional (SIN), que se constitui como um sistema brasileiro hidro-termoeólico de grande porte, de produção e transmissão de energia elétrica do Brasil, com predominância de usinas hidrelétricas.

Como funciona o SIN?

Constituído por quatro subsistemas, o Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte, o SIN é responsável pela regulação equilibrada e interconexão dos sistemas elétricos, através da malha de transmissão, viabilizando a transferência de energia entre os subsistemas regionais, de forma a suprir eventuais desequilíbrios, bem como obter ganhos sinérgicos e otimizar a diversidade entre os regimes hidrológicos das bacias. A integração dos recursos de geração e transmissão permite o atendimento da demanda com segurança e economicidade. Sua capacidade instalada de geração é composta, principalmente, por usinas hidrelétricas distribuídas em 16 bacias hidrográficas nas diferentes regiões do país. Nos últimos anos, a instalação de usinas eólicas, principalmente nas regiões Nordeste e Sul, apresentou um forte crescimento, aumentando a importância dessa geração para o atendimento da demanda.

Qual a tendência para a matriz energética brasileira nos próximos anos? 

A diretriz de política energética brasileira tem como objetivo a segurança energética e a modicidade tarifária. Embora o sistema elétrico brasileiro, sob o aspecto regulatório, possa ser considerado bem estruturado, a trajetória de percalços como os “apagões”, de 2001 e de 2009, bem como as medidas equivocadas como a Medida Provisória 579, de dezembro de 2012, considerada um divisor de águas no setor, tenha provocado um impacto negativo de R$ 200 bilhões nas tarifas, o qual foi integralmente arcado pelos consumidores. Portanto, diante deste contexto, o setor elétrico brasileiro necessita ser submetido a uma mudança estrutural e se integrar à revolução tecnológica que o setor elétrico mundial já experimenta através de novos vetores.

Que tipos de vetores seriam esses?

Um deles é o desenvolvimento tecnológico de fontes renováveis eólica e solar, onde, em 10 anos, de 2010 a 2020, a capacidade global de geração fotovoltaica, solar cresceu mais de 4.400%, variando de 5 para 350 gigawatts, e a trajetória de custos das células fotovoltaicas, no período de 1977 a 2020 reduziu de US$ 77 para 0,62 US$/W. Também a difusão das TICs (Internet das coisas), abrindo espaço para ações tipo Demand Response (Resposta a Demanda) com Redes Inteligentes. A mitigação sobre causas e impactos do aquecimento global também deve ser aqui lembrado. Embora o RS apresente um quadro favorável em sua matriz energética para atender os objetivos de segurança energética, associada aos temas socioambientais, como o combate às mudanças climáticas ou à geração de oportunidades de trabalho, é indispensável ao RS continuar e ampliar os investimentos na expansão do componente renovável em sua matriz energética por meio de políticas de incentivo à instalação de projetos baseados em alternativas como energia eólica, solar fotovoltaica e biomassa, bem como na destinação de recursos para pesquisa e desenvolvimento tecnológico para estas alternativas. É importante destacar, ainda, a grande oportunidade estratégica em perspectiva que se coloca nestas alternativas quando se observa as emissões relativas de CO2 de cada sistema elétrico, como sendo avaliadas como a quantidade de CO2 emitida por MWh gerado. Em 2019, o Brasil emitiu cerca de 85% menos que a China, 73% menos que os Estados Unidos e 63% menos que a União Europeia para gerar cada MWh.  Cumpre destacar, que quando a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, coordenada pela ex-Primeira Ministra da Noruega Gro Harlem Bundtland, definiu o desenvolvimento sustentável como sendo um conjunto de progressos sociais, econômicos e políticos que permitem compatibilizar as necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das futuras gerações em satisfazer as suas próprias necessidades coloca em perspectiva para o Brasil e o RS, a partir da nova face de suas Matrizes Energéticas, uma estratégica oportunidade de protagonismo local e global para gerar crescimento econômico com justiça social para alcançar o desiderato do desenvolvimento econômico sustentável.