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Vagas para Economistas

Analista de Planejamento e Performance III
 
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DESCRIÇÃO DA VAGA
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REQUISITOS E QUALIFICAÇÕES
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  • Domínio de Excel e Power point;
  • Familiaridade com Power BI.
 

Violência por parceiro íntimo no Brasil é tema de Doutorado Sanduíche nos EUA


Júlia Sbroglio Rizzotto

Economista, Doutoranda na PUCRS e pesquisadora visitante na San Diego State University (SDSU)
e University of Illinois Urbana-Champaign (UIUC), nos EUA, vencedora Prêmio Corecon-RS 2021
Corecon-RS Nº 8625

 

Qual o objetivo do trabalho “Does the existence of a women's police station increase the costs of committing aggression”?

O estudo busca calcular a distância da unidade de saúde até a Delegacia da Mulher (DEAM) mais próxima. O passo seguinte foi estimar o efeito dessa distância sobre a violência, uma vez que essa distância pode reduzir os incentivos à agressão porque a proximidade facilitaria a denúncia e dessa forma, o agressor teria mais chance de ser punido. O trabalho apontou, através dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde para o período de 2010 a 2019, que as mulheres que estão mais afastadas da delegacia têm maior probabilidade de sofrer violência. Nesse arcabouço, facilitar os mecanismos de acesso a órgãos de denuncia como a delegacia da mulher assim como preparar os profissionais de saúde para acolherem essas mulheres e realizar os encaminhamentos necessários são medidas importantes para a proteção dessas vítimas.

Como está a situação no Brasil comparado a outros países?

O Brasil é o quinto país com mais assassinatos de mulheres entre 83 países pesquisados pela Organização Mundial da Saúde. Um estudo feito pela Organização das Nações Unidas apontou que 34% das brasileiras já sofreram violência de parceiro íntimo.

Quais as principais causas da violência contra a mulher?

A violência ocorre por diversas maneiras, seja a mulher desafiando o papel do homem ao conseguir um emprego de maior prestígio, seja por ciúmes dela. O grande problema da violência contra a mulher é a questão da denúncia. As mulheres demoram a quebrar o silêncio, ou pela falta de segurança no sistema judiciário, ou por acharem que o marido irá mudar, ou, mesmo, porque ele é o pai dos filhos e não, naquele momento, julga que não deveria seguir adiante. Além disso, a distância até o mecanismo de denúncia é extremamente importante. Até porque as mulheres que moram mais longe têm mais dificuldade de acesso a esses mecanismos.

Existe forma de mensurar o impacto econômico resultante desse tipo de violência?

A literatura aponta que a mulher vítima de violência tem mais problemas de saúde físicos e mentais, além de perda de produtividade no trabalho. Além disso, elas possuem históricos de trabalhos inconsistentes e a perda de produtividade pode acarretar uma perda salarial ou uma não promoção por parte da empresa. Portanto, uma forma de mensurar esse impacto seria analisando questões relacionadas ao mercado de trabalho ou a saúde da mulher.

Como foi sua motivação em trabalhar com a economia da família e com a professora Shoshana Grosbard, uma das líderes e criadora deste campo na Economia?

Entrei em contato com a professora Shoshana justamente por ela ser referência no tema de Economia da Família. Sempre tive interesse em me aprofundar nessa área, uma vez que está extremamente correlacionada com a questão da violência doméstica. A professora Shoshana desenvolveu um modelo de economia da família chamado Work-in-Household (WIHO), que busca analisar o serviço prestado por um membro da família em benefício de outro. Na San Diego State University (SDSU), tive a oportunidade de participar das aulas da professora Shoshana e compreender mais a fundo as dinâmicas familiares. Com certeza, foi uma experiência fundamental para a minha carreira acadêmica.

Qual a importância desta área para a economia, tanto do ponto de vista teórico, como para a formulação de políticas públicas?

A área de economia da família lida com as dinâmicas e as decisões familiares. E claro, economia da família engloba as questões de violência contra a mulher, uma vez que na maioria das vezes os agressores são pessoas do círculo familiar da mulher, seja o marido, ex-marido ou até o pai e os filhos. Portanto, entender o âmbito familiar é importante, não só para compreender as teorias da violência doméstica, como também para formular políticas públicas a fim de reduzir e tornar as denúncias seguras. No Brasil, em 2018, tínhamos uma delegacia da mulher para aproximadamente 12 municípios. Essas delegacias foram formuladas com o intuito de deixar a mulher mais seguras na hora de realizar a denúncia, uma vez que todo o staff deveria ser composto por policiais mulheres e ter uma sala separada para as crianças. Entretanto, sabemos que as delegacias não conseguem cumprir com os requisitos estabelecidos na Norma Técnica de Padronização das Delegacias Especializadas de Mulheres (DEAMs). Sendo assim, é necessário entendermos a importância desses mecanismos para que possamos cada vez mais desenvolver e aprimorar as questões protetivas relacionadas a violência contra a mulher.

Como tem sido sua experiência acadêmica nos EUA e quais as principais diferenças que você tem visto?

Minha experiencia tem sido extremamente positiva. No primeiro semestre, fiquei na San Diego State University (SDSU), sob supervisão da professora Shoshana Grossbard, e, no segundo semestre estou na University of Illinois Urbana-Champaign (UIUC), sob supervisão da professora Mary Paula Arends-Kuenning. A principal diferença para o ensino no Brasil é a diversidade dos cursos ofertados aos alunos, desde programação até temas específicos como Mulheres na Economia e Economia do trabalho e da Família. Além disso, nos EUA eles ofertam diversos seminários para que os alunos possam apresentar suas pesquisas e assistir outros pesquisadores.