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Mulher, mercado de trabalho e pós-pandemia

 

Dirlene Silva

Economista, Mentora, Coach e Consultora de Inteligência Financeira,
CEO na DS Estratégias e Inteligência Financeira
Corecon-RS Nº  6597

 

Como está a situação da mulher no mercado de trabalho, nesse período pós-pandemia?

Historicamente, as mulheres são as mais vulneráveis no mercado de trabalho. Na pandemia, elas foram as mais afetadas. Ao longo da pandemia, o Brasil registrou 825 mil postos de trabalho encerrados, sendo que, desse número, um pouco mais de 593 mil são mulheres, significando 72% de desempregadas. Aí, quando se faz um recorte das mulheres negras, elas representam a maior parte.

E como as mulheres lidaram com essa dura realidade do desemprego ao longo da pandemia?

Quando há uma perda de renda, uma situação de desemprego, e, principalmente numa pandemia que não havia sido prevista, registrou-se uma grande corrida pela sobrevivência, onde muitas mulheres não conseguiram retornar ao mercado de trabalho. Também tiveram muitas dificuldades em relação aos seus filhos, pois creches e escolas foram fechadas, não tendo com quem deixar seus filhos e precisavam trabalhar. Então, a alternativa foi optar pelo empreendedorismo, informal ou via MEI. Mas o que aconteceu é que o empreendedorismo foi realizado, na maioria das vezes, sem qualquer tipo de planejamento, o que já começa de uma forma equivocada. Claro que muitas delas conseguiram fazer daquele empreendedorismo, mesmo que construído num ambiente de necessidade, se tornar realmente algo muito agradável. Algumas iniciaram por necessidade, buscando uma renda provisória e emergencial enquanto não conseguiam um emprego, e, ao longo do processo, acabaram percebendo que aquele método era uma alternativa absolutamente viável para sobreviver e, às vezes, até bem melhor e rentável que através de um emprego tradicional. Ou seja, descobriram pela necessidade que o empreendedorismo poderia ser uma caminho muito melhor. Claro que esse é o lado bom da história. Infelizmente, muitas mulheres ainda se encontram em situação vulnerável, de subemprego, desempenhando atividades que não as realizam, de que elas não gostam, ainda por necessidade extrema, de ter um rendimento para garantir, pelo menos provisoriamente, sua sobrevivência e de sua família. Percebe-se que agora com o retorno do presencial existem várias empresas que optaram pelo formato de trabalho home-office, híbrido e, outras, que já voltaram pelo sistema presencial de trabalho. Então, a situação está retornando aos poucos numa normalidade e, mais importante, com uma preocupação por parte das empresas muito maior com seus colaboradores, seja através de uma postura de RH mais humanitário, de preocupação com a saúde mental, enfim, com a essência do ser humano e entendimento de que os resultados que são atingidos pelas pessoas.

O que aconteceu com as mulheres que não conseguiram se adaptar com a pandemia?

Neste momento de pós-pandemia, as mulheres optam por retornarem ao mercado de trabalho. Temos que entender que passamos por um momento muito delicado, comparado a uma guerra, que não foi previsto e que as pessoas tiveram que se ajustar rapidamente. Importante entendermos que nós não somos mais os mesmos. As pessoas não são mais as mesmas e a s empresas também não são mais as mesmas. E as empresas são feitas pelas pessoas. Então, existe aí nesse novo modelo de trabalho, home-office ou presencial, essa busca das mulheres para se ajustarem a essa nova realidade. Só que muitas delas, como foram picadas pelo empreendedorismo, mesmo que retornem ao mercado de trabalho, o fazem de maneira muito mais responsável, planejada, com mais conhecimento, com aquela ideia de que vai planejar melhor seus negócios, de fazer reserva financeira para o futuro, para posteriormente, se for o caso, retomar àquela ideia de empreendedorismo mais racional e consciente. Mas claro que a situação hoje é muito melhor do que na época da pandemia, de 2020, já que, agora, existe uma retomada dos novos postos de trabalho. Muitas mulheres estão se dando bem, mas outras tantas ainda continuam por aí, sobrevivendo de trabalhos informais, sem alternativas, já que têm que garantir o seu dinheiro imediato para a sua sobrevivência.

Que classes sociais foram mais impactadas pela pandemia?

A gente sabe que nessas situações as classes mais pobres sempre são as mais afetadas. Os dados revelam que 81% dos desempregados pertencem às classes D e F. Na maioria, são trabalhos operacionais, sem muita especialização, e, considerando que a maioria dos desempregados são mulheres e mulheres negras, as atividades que essas pessoas exercem, são trabalhos domésticos, em que, durante a pandemia, com o modelo de trabalho home-office, em que os trabalhadores ficavam mais tempo em casa, muitas, por não haver mais necessidade, foram dispensadas de suas atividades, agravando mais ainda o que já era considerada uma situação precária de trabalho. Não é à toa que chamamos de segmento mais vulnerável. E também não é à toa que o índice de pobreza aumentou e muito. Para se ter uma ideia, em 2014, tínhamos 16% da população brasileira consideradas pobres, e hoje temos 23,7%. Naquele ano, 2,7% das pessoas estavam classificadas como na linha de extrema pobreza e hoje temos 6,3% da população. Significa que 5,2 milhões de brasileiros vivem atualmente em situação de extrema pobreza. E, quando se fala em extrema pobreza, falamos também em segurança alimentar. Tem tudo a ver com pandemia e tudo a ver com desemprego também. Podemos ainda falar em encolhimento da classe C, já que hoje, no Brasil, existe um percentual maior de pobres, composto por pessoas que haviam ascendido para a classe C e que agora retornaram para as classes D e E.

Qual a importância da educação financeira para as pessoas que estão passando por essa situação de vulnerabilidade?

Eu acredito de mais no poder da educação financeira e da educação propriamente dita, que é o que vai transformar as pessoas que vão mudar o mundo, como diz Paulo Freire. Então, a minha empresa, que é de consultoria e mentoria, é norteada por um pensamento que a rege, com base nas propostas de Augusto Cury, que diz que “sem sonhos a vida não tem brilho, sem metas os sonhos não têm metas e sem prioridades os sonhos não se realizam”. Sigo essa filosofia porque faz sentido para mim, pois eu transformei o meu grande sonho, que era ser economista, no meu objetivo de vida, mesmo num ambiente familiar de muitas dificuldades financeiras. A partir desse grande objetivo, passei a traçar metas. E, para conseguir atingir essas metas eu precisei priorizar o controle do consumo. Então, na vida pessoal ou da empresa, têm que existir priorizações. Ou seja, a gente pode transformar sonhos em objetivos e, a partir daí, transformar esses sonhos em metas e, assim, priorizar o consumo para atingir as metas e, consequentemente, nossos objetivos, que são o nosso sonho.

Ainda existe preconceito de que a educação financeira serve apenas para quem tem recursos sobrando?

Sim, existe. Mas, agora, de forma bem menor do que já foi. Educação financeira é importante para todas as classes sociais, das mais ricas às menos favorecidas. Ao longo da minha vida ouvi muito isso, especialmente por pertencer a uma classe social menos favorecida. As pessoas me diziam que eu deveria buscar determinado tipo de trabalho e não perder tempo investindo em estudo, educação. Quando decidi empreender, num primeiro momento meu foco era voltado às pessoas jurídicas e mais tarde entendi que poderia ajudar as pessoas também. Pois encontrei um diferencial... que seria justamente mostrar às pessoas que finanças é para todos. A proposta de minha empresa é desmistificar economia e finanças, estendendo-as para as pessoas e para as empresas, já que a economia está em nosso dia a dia. Existe sim um tabu muito forte de que economia e financeira são assuntos de elite, somente para quem tem dinheiro. Entretanto, educação financeira não é apenas para fazer investimentos. Educação financeira é para vida. Seja na hora de juntar dinheiro para comprar uma casa, um carro, pagar o aluguel, ir no supermercado, enfim. Não nos damos conta de que tudo isso é economia que está presente em nosso dia a dia. A educação financeira é conhecimento sobre finanças que, se eu não colocar em prática, não conseguirei administrar de forma ao menos responsável minha vida. Se alguém recebe mensalmente dois salários mínimos, o conhecimento da educação financeira não vai fazer render esse valor, mas seguramente vai proporcionar condições de melhor analisar e gerir esse valor ao longo do mês. Os conceitos e conhecimentos de educação financeira são uma ferramenta que nos permite aplicar recursos da melhor forma possível. Então, educação financeira é para todos, sim. E, especialmente para as populações mais pobres, mais carentes, ela pode fazer uma diferença ainda maior.

Gostaria de deixar alguma mensagem?

Além de deixar o convite para que as pessoas prestem mais atenção à educação financeira como uma forma de vida mais confortável e responsável, deixo aqui os meus contatos nas redes sociais e convido a todos para seguirem @dirlenesilva, no linkedin, e @dirlene.economista, no instagram. Lembrando, ainda, que recentemente lancei meu site, que é o www.dirlenesilva.com.br , através do qual disponibilizo muito material interessante, não apenas sobre educação financeira, mas sobre economia social, como um todo.