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Vagas para Economistas

Analista de Planejamento e Performance III
 
LOJAS RENNER
Inscrições internas até 15/04

DESCRIÇÃO DA VAGA
Estamos buscando uma pessoa Analista de Planejamento e Performance para compor o nosso time.

REQUISITOS E QUALIFICAÇÕES
  • Formação Completa em Engenharias, Economia, Contabilidade e Administração;
  • Capacidade analítica e de resolução de problemas;
  • Capacidade de síntese e de preparação de materiais executivos;
  • Domínio de Excel e Power point;
  • Familiaridade com Power BI.
 

Entendendo o Comportamento dos Preços de Ativos e a Estrutura a Termo das Taxas de Juros


walter novaes filho

Walter Novaes Filho
Economista
Corecon/RJ nº 14902-1

 

 

A taxa de juros livre de risco é a taxa de retorno de um ativo, cujas promessas de pagamento satisfazem três condições: (i) elas devem ser previamente determinadas, (ii) devem estar concentradas em uma única data e (iii) devem ser livres do risco de inadimplência. A Letra do Tesouro Nacional (LTN) é um exemplo de tal tipo de ativo: trata-se de um título do governo brasileiro, que paga R$ 1.000,00 na data de vencimento. Os preços médios e volumes diários de negociação das LTNs são divulgados publicamente pelo Banco Central, sendo, portanto, uma fonte para coleta de dados de taxas de juros no Brasil. Em 29/12/2014, foram negociadas 399.969 LTNs com vencimento em 253 dias úteis e 29.360 com vencimento em 753 dias úteis. Naquela data, o preço médio da LTN de 253 dias úteis foi de R$ 884,46, enquanto o de 753 dias foi de R$ 696,79. Quais eram as taxas de juros associadas a essas duas LTNs?

Em 29/12/2014, a taxa de retorno da LTN de 253 dias úteis era (1000-884,46)/884,46=0,130626, ou seja, 13,06% por 253 dias úteis. Para obter a taxa bruta diária, some um à taxa de 253 dias e eleve a soma a 1/253. A taxa efetiva anual é a taxa bruta diária elevada a 252 (número de dias úteis no ano), menos um: 〖(1,130626)〗^(252/253)-1=0.1301 (13,01% ao ano). Cálculos análogos mostram que, em 29/12/2014, a taxa de juros associada à LTN de 753 dias úteis era 12,85% ao ano.

A Teoria da Preferência pela Liquidez supõe que, tudo o mais constante, investidores preferem adquirir ativos de curto prazo em vez de ativos longos. Intuitivamente, investimentos em ativos de longo prazo aumentam a probabilidade de perda de novas oportunidades de negócios, por falta de recursos. Para compensar essa perda potencial, as taxas de juros deveriam crescer com o prazo do investimento. As taxas de juros das duas LTNs da questão 1 são consistentes com a Teoria da Preferência pela Liquidez?

A LTN que vencia em 253 dias úteis estava associada a uma taxa de juros de 13,01% ao ano, enquanto a LTN mais longa (753 dias úteis) estava associada a uma taxa menor: 12,85% ao ano. A Teoria da Preferência pela Liquidez, portanto, não explica as taxas de juros vigentes em 29/12/2014. Essa teoria ignora, entre outras coisas, que expectativas de queda futura de inflação podem gerar taxas de juros decrescentes com o prazo do investimento.

A taxa real de juros é a razão entre a taxa bruta de juros nominais e a taxa bruta de inflação esperada: (1+r)/(1+π^e ), sendo r a taxa nominal de juros e π^e a expectativa da taxa da inflação. Um dos gigantes da Teoria Econômica, Irving Fisher (1867-1947), associou as taxas de juros reais aos incentivos dos agentes para consumir e investir. Dois princípios resumem boa parte da teoria de juros de Fisher e seus seguidores: (i) os agentes econômicos têm incentivos para suavizar consumo ao longo do tempo e (ii) eles estão dispostos a sacrificar consumo em momentos de abundância para aumentar consumo em momentos de escassez. O segundo princípio prevê, entre outras coisas, que os retornos esperados de alguns ativos arriscados podem ser menores do que a taxa de juros livre de risco. Por quê?

Considere um contrato de seguro de saúde. Tal contrato é um ativo arriscado, pois seu pagamento só acontecerá se o comprador do seguro ficar doente. Ainda assim, vários jovens saudáveis compram seguro saúde. Por quê? Uma possível explicação é que esses jovens estão dispostos a transferir recursos de épocas de abundância (saúde) para épocas de escassez (doença). Tal incentivo pode induzi-los a comprar o seguro, mesmo que seu retorno esperado seja menor do que a taxa de juros livre de risco.

Tendo os dois princípios de Fisher em mente, qual é o efeito sobre as taxas de juros reais de um anúncio de uma grande descoberta de campo petróleo em um país?

Tal anúncio gera expectativas de aumento de renda futura, com acréscimo na capacidade futura de consumo. O princípio de suavização temporal de consumo faz com que os agentes do país estejam interessados em sacrificar parte do aumento de consumo futuro por consumo presente, possivelmente via dívida bancária. Diante desses incentivos, as taxas de juros de equilíbrio aumentam no anúncio da descoberta do campo de petróleo, para evitar uma antecipação de consumo incompatível com a capacidade produtiva vigente no país. Esse aumento de taxa de juros é concentrado nas aplicações que vencerão quando o campo descoberto estiver operacional.

Analistas econômicos no Brasil frequentemente associam aumento de incerteza com acréscimos nas taxas de juros. O que a Teoria de Fisher tem a dizer sobre o efeito de um acréscimo da incerteza nos juros reais?

Um investidor é avesso ao risco se seu “sofrimento” com uma possível perda de riqueza não é compensado pela satisfação com um ganho esperado da mesma magnitude. Sob essa hipótese, um aumento de incerteza implica um sentimento de perda futura, que induz o investidor a transferir recursos correntes para o futuro; essa transferência ameniza a perda esperada para o futuro. Um aumento da incerteza, portanto, faz com que os investidores avessos ao risco estejam mais propensos a adquirir ativos financeiros que, para todos os efeitos, transferem poder de compra de hoje para o futuro. Essa maior propensão a poupar abre espaço para uma redução das taxas de juros.