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Novas medidas econômicas e a Construção Civil

assilio

 

 

Assilio Luiz Zanella de Araújo
Corecon RS nº 8168
Economista Sinduscon-RS, Mestre em Economia PPGE/UFRGS

 


Como está a situação da indústria da Construção Civil no Rio Grande do Sul?

A indústria da Construção Civil no RS, assim como no restante do país, está passando por um momento extremamente delicado. De outubro de 2014 até o momento, foram fechados mais de 20 mil postos de trabalho no setor e o PIB contraiu aproximadamente 10% no acumulado deste período. A previsão para este ano é de mais uma queda na atividade do setor. Porém, o impacto no mercado de trabalho, em termos de fechamento de postos de trabalho, até então, tem sido menor do que no ano passado. É importante destacar que a contração na atividade da Construção Civil tem um efeito negativo em uma série de setores relacionados, especialmente na indústria de materiais de construção. A venda de cimento na Região Sul, por exemplo, de acordo com os dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento, apresentou uma retração de 5,3% na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. No Brasil, essa queda foi de 14%.

Quais as perspectivas, levando em conta as recentes medidas econômicas do governo Temer?

O governo Temer tem demonstrado disposição em destravar os programas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e as concessões em infraestrutura. Esses programas são a grande esperança do setor para os próximos anos. Por outro lado, o mercado imobiliário sofre com o conservadorismo na condução da política monetária, que impede a retomada dos financiamentos, e com as indefinições em torno dos programas de habitação popular, mais particularmente as regras e o montante que será investido no Programa Minha Casa, Minha Vida. Portanto, as perspectivas são de que, passado um período de ajuste, o segmento de infraestrutura alavanque o crescimento do setor. Porém, há ainda muitas indefinições também nesta área, como por exemplo, quais serão as empresas que levarão adiante essas obras. No mercado imobiliário, a situação não é menos complexa. Além das dificuldades decorrentes do alto nível de taxa de juros e da impossibilidade de desenvolvimento de fontes alternativas de financiamento diante desse quadro, algumas capitais enfrentam o problema de super oferta criado no período de boom deste mercado. Em Porto Alegre e outras cidades menores não há este problema, logo apresentarão uma recuperação mais rápida.

O mercado imobiliário já aponta para alguma tendência de reação?

Os números do mercado imobiliário ainda estão bastante negativos. O número de lançamentos imobiliários em Porto Alegre apresentou uma retração de 13,73% nos primeiros cinco meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as vendas tiveram uma queda de 16,64% nesta mesma comparação. Comparando 2015 com 2012, observa-se uma queda de 55% no número anual de lançamentos. Entretanto, a pesquisa de expectativas, realizada pelo Sinduscon-RS em parceria com uma consultoria especializada do setor, mostra que a percepção em relação ao momento atual e à evolução futura deste mercado vem melhorando nos últimos meses, especialmente no horizonte de médio prazo (no caso desta pesquisa, 12 meses). É interessante notar que essa melhora nas expectativas aparecia inicialmente apenas entre os empresários, em função, provavelmente, dos desdobramentos políticos recentes. Mas, no último mês, observamos também uma variação positiva no índice que capta as expectativas dos consumidores deste mercado.

As recentes medidas adotadas pela CEF podem impulsionar o setor?

Não acredito que irão gerar um efeito muito significativo. As medidas anunciadas foram as seguintes: aumento do valor máximo do imóvel, que pode ser financiado dentro do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões; ampliação do percentual financiado para imóveis acima de R$ 650 mil (no caso de Porto Alegre) ou de R$ 750 mil (outras capitais), de 60% para 70% em imóveis usados e de 70% para 80% em imóveis novos; e elevação do percentual do financiamento, que pode ser transferido de outras instituições para a CEF, de 50% para 70%. Segundo a Pesquisa do Mercado Imobiliário do Sinduscon-RS, aproximadamente 20% das unidades vendidas estão nessa faixa acima de R$ 650 mil. A minha impressão é que a ampliação do teto do valor do imóvel de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões, em particular, foi adotada para atender às grandes empresas de São Paulo e Rio de Janeiro, que possuem um estoque nessa faixa de valor.

Até que ponto os altos índices de inadimplência podem inibir o crescimento do setor?

Na verdade, a inadimplência permanece extremamente baixa, em torno de 2%. O problema é o alto nível de distratos, o cancelamento de contratos de comercialização. Com a mudança nas condições de crédito e na perspectiva de valorização dos imóveis, por um lado, e a possibilidade de perder o emprego por outro, as pessoas têm voltado atrás na sua decisão de comprar um imóvel e/ou se veem impossibilitadas de fazê-lo quando este fica pronto e precisam contrair o financiamento junto aos bancos. Isso faz com que as incorporadoras tenham que reincorporar este imóvel distratado nas suas carteiras, incorrendo novamente nos custos de marketing e comercialização, assim como nas despesas inerentes ao fato do imóvel estar parado. O impacto disso para as incorporadoras é bastante substancial, mas afeta principalmente as grandes empresas, que possuem maior fôlego para aguentar esses percalços.

Quais as expectativas do setor frente ao governo interino de Temer?

Não tenho procuração para falar pelo setor. Eu pessoalmente não deposito grandes esperanças neste governo, mas vejo um maior ânimo nos empresários da Construção Civil e uma expectativa (na minha visão, ingênua) de que com a saída do PT do governo tudo será melhor. A conferir.