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Vagas para Economistas

Analista de Planejamento e Performance III
 
LOJAS RENNER
Inscrições internas até 15/04

DESCRIÇÃO DA VAGA
Estamos buscando uma pessoa Analista de Planejamento e Performance para compor o nosso time.

REQUISITOS E QUALIFICAÇÕES
  • Formação Completa em Engenharias, Economia, Contabilidade e Administração;
  • Capacidade analítica e de resolução de problemas;
  • Capacidade de síntese e de preparação de materiais executivos;
  • Domínio de Excel e Power point;
  • Familiaridade com Power BI.
 

Indústria do RS e cenários mundiais

horn

 

Carlos Henrique Horn
Economista, professor da UFRGS
Corecon-RS Nº 3666

 

Como está a indústria do Rio Grande do Sul?
A indústria gaúcha, como não poderia deixar de ser, vem sofrendo os efeitos da crise brasileira recente. Há, todavia, um problema de longo prazo que avalio como mais relevante. Nossa indústria, assim como a indústria brasileira, diminuiu sua importância como motor do crescimento econômico a partir dos anos oitenta do século passado. Isso afetou nosso País, assim como outros países da América Latina, num claro contraste com o que vem ocorrendo em países do leste asiático, onde a indústria tem estado no centro de uma estratégia bem assentada de desenvolvimento. Um aspecto específico do processo de desindustrialização brasileiro está na apreciação sistemática do Real, que retira condições de competitividade às empresas brasileiras. Então, o momento atual é dos mais delicados, pois se sobrepõem um processo de enfraquecimento estrutural com uma recessão econômica.

E o que está faltando para sairmos dessa retração?
Não obstante os efeitos do processo de desindustrialização, a economia gaúcha ainda mantém um parque industrial diversificado. No curto prazo, a indústria gaúcha depende da recuperação da economia brasileira. Já a reversão da trajetória de enfraquecimento passa, antes de qualquer coisa, por formular uma estratégia que coloque a indústria no centro das atenções e que permita a adoção de políticas efetivas para seu fortalecimento. Uma premissa para o sucesso dessas políticas está na redefinição de preços macroeconômicos básicos, cujos níveis atuais conspiram contra o investimento, a produção e os empregos em favor da renda financeira. Assim, por exemplo, no plano nacional, necessariamente terá que ser buscada uma política de ajuste cambial. A taxa de câmbio que está aí, sistematicamente apreciada, retira competitividade da nossa indústria. Dentre as políticas específicas, o País precisa de uma política de inovação muito forte, muito pesada, para que as empresas brasileiras – quer sejam estatais, cooperativas ou privadas – entreguem novos produtos e obtenham aumentos contínuos de produtividade e de qualidade. Iniciativas como esta configurariam a necessária Política Industrial.

E o que nos espera, agora, com a chegada do governo Trump?
Na economia, temos um cenário ainda indefinido em face de não haver uma experiência anterior de “governo Trump” em âmbito de estados ou mesmo, recentemente, um governo nacional deste tipo nos EUA. Se tomarmos o discurso de Donald Trump por seu valor de face, o que se tem é uma promessa protecionista para a economia e a indústria norte-americanas. Tal política dificilmente beneficiará a economia brasileira. Insisto, de qualquer maneira, que, no território da economia, mais do que qualquer outro, o governo Trump ainda é uma incógnita.

E, diante desse cenário protecionista, o que restaria para a economia do RS?
No curto prazo, permanecerão os espaços para exportar produtos primários ou de baixa densidade tecnológica que não conflitem com a estratégica norte-americana. Reafirmo, porém, que a solução de nosso maior problema, o da desindustrialização, passa por iniciativas domésticas. O País tem perdido enorme tempo e energia em debates mal focados – por exemplo, o da dicotomia Estado x mercado – e ao persistir em políticas de apreciação cambial e de juros muito altos que prejudicam investimentos e inovação. Trata-se, sobretudo, de uma questão política que requer a formação de um consenso forte em torno de uma estratégia industrializante. As condições para a obtenção deste consenso estão hoje, lamentavelmente, mais distantes do que já estiveram em qualquer momento de nossa história de desenvolvimento industrial. Há, pois, que perseverar.

E o efeito China poderá acarretar em algum tipo de aproximação comercial ainda maior com o Brasil?
Aproximação, no sentido de termos a demanda chinesa como uma fonte de estímulo para a economia gaúcha, já é um dado da realidade. É um processo que ganhou corpo ao longo dos últimos anos diante do intenso crescimento da economia chinesa. Aqui, como em qualquer situação deste tipo, temos ambiguidades. Para aqueles que se preocupam com a indústria, o fator China deve ser olhado com certa cautela. Se nos ativéssemos apenas ao curtíssimo prazo, no fato de a China constituir um vasto mercado que compra alimentos e minérios, poderíamos nos satisfazer com a demanda e a geração de divisas decorrentes. Mas não é apenas isso, nem é principalmente isso que interessa. O ponto principal é que a relação com a China tem levado a fortalecer um novo modelo agrário-exportador que o Brasil abandonara na segunda metade do século XX, enfraquecendo, em consequência, a produção industrial doméstica. Evidentemente, o Brasil deverá manter relações econômicas com a China, mas de forma que também os nossos interesses industriais estejam presentes. Isso, como já dito, passa pela política mais ampla e por uma estratégia de desenvolvimento industrial.