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Sem euforia, apenas esperança

maria carolina gullo

 

Maria Carolina Rosa Gullo

Economista, diretora Conhecimento de Ciências Sociais/UCS,
Diretoria de Economia, Finanças e Estatísticas CIC/Caxias do Sul
Corecon-RS nº 5779

Qual o perfil da economia da região de Caxias do Sul?
A economia de Caxias do Sul está baseada na indústria de transformação, em torno de 40% do VAB, pelo setor de serviços, cerca de 55% e, por último, pelo setor agrícola, 5%, em números mais arredondados. Na região de Caxias do Sul, na maioria dos municípios persiste esta configuração, variando um pouco a participação do setor agrícola em alguns deles. Mas, o setor chave da indústria de transformação tem nuances diferentes em cada município, enquanto em Caxias do Sul, o metal mecânico e automotivo predomina. Já, em Farroupilha, município limítrofe, a indústria de embalagens é mais forte, e em Bento Gonçalves, essa força vem do setor moveleiro.

Depois de quatro anos no vermelho, a economia da região começa a dar sinais de recuperação. Que setores vêm se destacando positivamente?
É característico da economia local e regional entrar primeiro numa crise, mas, da mesma forma, é a primeira a sair. Isso, porque a produção regional está baseada em bens de capital que demandam investimentos, crédito e um cenário mais estável. A indústria caxiense, sobretudo, sentiu a crise muito cedo por ter no setor metal mecânico e automotivo a sua maior força econômica e um grande efeito multiplicador. Fabricamos e somos fornecedores locais, regionais e nacionais. O sentimento de retomada de confiança na economia, a busca e reconquista de novos mercados, sobretudo no mercado externo, bem como a necessidade de “descolar” a instabilidade política da crise econômica, têm possibilitado alguns investimentos e uma leve retomada na economia. Porém, ressalta-se que não há espaço para euforia, mas para esperança em um ano melhor. Por fim, o bom desempenho do agronegócio vem promovendo a recuperação local e regional. Seu efeito multiplicador é significativo e tem impactos na economia da região em todos os segmentos da indústria de transformação.

Passados os piores momentos, quais os grandes desafios?
Podemos dizer que o pior já passou, mas a retomada tem sido lenta e gradual a tal ponto que esculpimos o termo “despiora na economia” para nos referirmos a atual situação. No entanto, grande desafios precisam ser vencidos. Estamos perdendo competitividade por perda de produtividade na mão de obra, por questões relativas ao câmbio e, sobretudo, pela infraestrutura de escoamento da produção existente na Serra. Houve um aquecimento do mercado de trabalho antes da crise que levou à contratação de mão de obra não qualificada, e com salários mais altos. Isso contribuiu para a perda de produtividade na indústria e até no terceiro setor.

Problemas de transporte da produção é um deles?
Há muito a região discute seu modal de transporte. Nossas estradas estão em situação precária e, dependendo das variações climáticas, ficamos com acesso reduzido aos principais mercados nacionais e internacionais. Não dispomos de ferrovias, hidrovias e aeroportos que possam complementar esta matriz de transporte. No entanto, Caxias e região recebem cerca de 60% do aço que vem para o nosso Estado, ou seja, algo em torno de 700 mil toneladas/ano, que chegam por aqui e são processadas, agregando valor, gerando emprego, renda e riqueza. Mas, para distribuir esta produção nessas condições, perde-se nos custos da logística, reduzindo a competitividade. Somado a todas estas questões, o câmbio é sempre uma preocupação, pois, dependendo do seu valor, a competitividade fica ainda mais comprometida. Mas, tempos de crise também são tempos de oportunidades. Esta crise foi muito forte porque comprometeu o setor de transformação de forma imperativa. Ao mesmo tempo, os desafios citados acima acabam por inibir a instalação de novas empresas, sobretudo em Caxias do Sul, a maior cidade da serra gaúcha. A partir deste diagnóstico, estamos discutindo a matriz econômica da cidade, bem como a elaboração de um plano de desenvolvimento para os próximos 30 anos.

As empresas já voltaram a contratar?
Há um movimento ainda de ajustes no mercado de trabalho, mas já se tem sinais de contratação. No ano, até junho, o setor da indústria, somado a serviços e agropecuária acumulam um saldo positivo de 1.121 vagas. O comércio apresenta até junho saldo negativo, embora pequeno, de 18 vagas. No entanto, as perdas foram grandes nos últimos quatro anos. Em 2013, Caxias do Sul tinha 183 mil pessoas com carteira assinada e, em junho de 2017, são pouco menos de 160 mil. A retomada das contratações dá esperança de retomada, mas é cedo para saber se conseguiremos repor toda as vagas fechadas na crise. Nos demais municípios da região, esta retomada também está sendo sentida, mas cabe ressaltar que o ajuste no mercado de trabalho não foi tão intenso quanto em Caxias do Sul.

Quais as expectativas?
Embora já se perceba um certo “descolamento” da crise política da crise econômica, as expectativas em relação aos próximos capítulos da crise política atual dominam o cenário econômico. O setor produtivo quer entender como cada novo movimento pode impactar na produção. A reforma trabalhista, ainda que não tenha sido a ideal, traz certo alento ao diminuir as incertezas nas relações trabalhistas. Mas a grande questão ainda está em como o governo vai corrigir o seu déficit, em que setores ele vai mexer e que outras reformas vai propor.

Qual a sugestão aos empresários?
Temos sugerido ao empresariado local e regional que preste atenção aos sinais da retomada, pois isso se traduz em oportunidades. Mas, para tanto, deve estar preparado com investimentos, produtos inovadores e capacidade produtiva ajustada, sem claro, deixar de mensurar os riscos e gerir com controle rígido dos seus custos/despesas.