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Vagas para Economistas

Analista de Planejamento e Performance III
 
LOJAS RENNER
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DESCRIÇÃO DA VAGA
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REQUISITOS E QUALIFICAÇÕES
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  • Familiaridade com Power BI.
 

A glamourização da informalidade do trabalho no Brasil

lucia garcia
 
 
Lúcia Garcia
Economista do Dieese Nacional, coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego Nacional (Dieese)
Corecon-RS Nº 5317


O desemprego ficou em 12,4% no trimestre encerrado em setembro, a menor taxa do ano, segundo o IBGE. A que se deve isso?
Nós tivemos uma ruptura muito grande na situação do mercado de trabalho, a partir do último trimestre de 2014. O desemprego começou a patinar, crescendo muito lentamente, já na virada de 2014 para 2015 e a partir de meados de 2015 houve uma alta muito clara do desemprego, elevando-se a patamar muito elevado , o que aconteceu até o momento atual. Tivemos uma divulgação de taxa de desemprego agora, para o trimestre encerrado, em agosto ou setembro, que já apresenta um declino da taxa de desemprego nacional no conceito IBGE. Esse declínio é um movimento já esperado para o segundo semestre.

Esse resultado pode estar ligado à sazonalidade?
Sim, mas, também, já dá conta de uma acomodação do mercado de trabalho em novo ponto de equilíbrio. Ou seja, acompanhamos no mercado de trabalho nacional, a partir da mudança institucional brasileira, com o impeachment da presidente Dilma, uma disputa de poder no país, que paralisou a economia e que tinha como objetivo fazer cair o custo do trabalho. Então, o desemprego e o mercado de trabalho expressam esse processo e seu resultado- os salários e rendimentos laborais efetivamente declinaram e o desemprego começa dar sinais de acomodação. Esse movimento, rumo a um novo equilíbrio do mercado de trabalho, é tendencial e o identificaremos por uma estabilidade em novo patamar.

Mas até quando deve continuar esse movimento?
Acredito que até o mês de março próximo deveremos chegar a um patamar entre 10% e 11% do desemprego e um rendimento ou remuneração dos trabalhadores equivalente à remuneração da primeira metade da década de 90. Ou seja, o mercado de trabalho é a seara, a tribuna, o teatro, o campo de guerra de forças dentro da estrutura produtiva, que se espelha no poder político do país, com o objetivo de baixar o custo do trabalho, traduzindo-se num projeto nacional. Se alguns países no mundo vão articular soluções diferentes na base da tecnologia, na base do rearranjo produtivo e com um declínio mediano da força de trabalho, para o Brasil nós já temos esse projeto. Trata-se de uma linha que está vencendo no momento e que se propõe redesenha o arranjo produtivo nacional ,no sentido tecnológico, mas sim tem o claro objetivo da desindustrialização e do rebaixamento do custo do trabalho. O mercado de trabalho nos próximos meses deve ter um desemprego menor, mais inserções informais e menos protegidas e remunerações mais baixas

E onde entra a Economia nesses resultados?
Em tudo e sempre. Na fase mais aguda de desestruturação do mercado de trabalho, entre meados de 2015 até meados de 2017, e, agora. No momento atual, em que haverá gradual adesão ao novo estatuto do trabalho, recém aprovado, tende a haver euforia e acomodação da economia. Contudo, não acredito que venhamos a ter um crescimento importante da economia brasileira. A questão é que a percepção imediata será de alívio após o inferno vivenciado nos últimos dois anos, o que tenderá a iludir e a satisfazer os brasileiros cansados de más noticias.

Como se dará esse processo?
Variações positivas do PIB irão acontecer. O próprio movimento sindical vai ter que conviver com menos poder e com uma economia que apresentará resultados pífios, mas positivos. Evidentemente, isso será capturado como discurso pelo poder central, proporcionando um tempo de ilusão da classe trabalhadora. Entendo que, se a elite econômica, ou segmento empresarial, for muito agressiva, essa ilusão perdurará por pouco tempo e passaremos a vivenciar a eclosão de outros problemas sociais. Enfim, a economia brasileira não terá muito espaço para um crescimento importante. Inclusive porque os países centrais têm apostado muito mais na nova onda tecnológica, na quarta revolução tecnológica, com grandes investimentos em inovação e tecnologia, e o Brasil não se coloca de forma alguma nesse novo cenário.

Essa ilusão do trabalhador pode se concretizar através do aumento da informalidade?
Acredito que, num primeiro momento, teremos algum crescimento do emprego propriamente dito, do trabalho subordinado, assalariado, que pode criar essa euforia de curto prazo, e, também da ideia que já está sendo o difundida de uma informalidade positiva. A informalidade aparece glamourizada, gourmetizada, para a população em geral. Programas de TV, como o “Fora da Caixa” e outros, enaltecem o empreendedorismo, encantando no curto prazo. Assim, vemos atividades empreendedoras florescerem, como barbearias, restaurantes, cervejarias artesanais, salões de beleza, cafeterias e outras iniciativas do tipo, materializando isso. Essa não é uma tendência apenas nossa. O problema do trabalho, a crise capitalista e essa nova organização de capital do trabalho não é uma peculiaridade do Brasil. Essa onda vem de fora, da glamourização. A questão é que, na medida em que esses negócios não tiverem mais mercado, eles não serão sustentáveis.