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Economia em compasso de espera

andreAndré Moreira Cunha
Economista, professor da UFRGS
Corecon Nº 5243

 

 

Até que ponto, em final de governo, às vésperas de eleições e num momento político tão crítico, a economia brasileira tem fôlego para chegar até o final do ano sem grandes sobressaltos?

Está ficando cada vez mais claro que a recuperação que vinha em curso é frágil. O desemprego, ao redor de 13%, pouco cede; a informalidade no mercado de trabalho voltou com toda a força como resultado da própria crise e das novas regras trabalhistas; as rendas do trabalho estão estagnadas ou em queda; o crédito recua e segue caro; e o horizonte é sombrio. Com isso, o consumo das famílias não se mostra uma fonte de dinamismo importante. A crise fiscal paralisa o gasto corrente e os investimentos do setor público. Nesse contexto, não há como esperar uma retomada robusta dos investimentos privados, que são o motor do crescimento no longo prazo. Restam as exportações, que são importantes, mas não vão fazer toda a mágica de reativar a economia. Há enorme capacidade ociosa, mas a demanda não para de encolher ou, nos melhores momentos, mostrar-se insuficiente para produzir um ciclo virtuoso.

Por que essa fragilidade?
O Brasil abriu mão do processo de ampliação da massa de consumidores, que foi uma fonte importante de dinamismo no ciclo 2004-2010. Há uma espécie de “race to the bottom”, em que se vislumbram ajustes por meio da precarização das relações econômicas e sociais. Com o mantra de reduzir custos – públicos e privados – reduz-se o tamanho do mercado consumidor. Isso não significa dizer que o país não demande racionalização e aumento de eficiência, tanto no setor público, quanto no privado. Mas, sim, que estamos cortando no lugar errado, sem gerar resultados sociais e econômicos melhores. Já fizemos isso no passado, como nos anos 1990, e não deu certo. Outros já fizeram isso e não deu certo.

De que forma o atual governo deverá entregar o país à próxima gestão?
A situação atual é extremamente complexa. Não há espaço para maniqueísmos. Vivemos 35 anos de semi-estagnação, crescendo menos do que a media mundial em 1 p.p. ao ano. Antes disso, entre o pós-guerra e o começo dos anos 1980, era o contrário e crescíamos mais do que o mundo em 2,3 p.p. anualmente. Todavia, o atual governo deu uma guinada na orientação da economia sem ter passado pelo crivo democrático do voto a legitimar uma nova agenda econômica. Medidas como o congelamento de gastos, a desestruturação da cadeia do petróleo, o desmonte da pesquisa científica, para citar algumas, têm efeitos potenciais extremamente deletérios no longo prazo. Há distintas formas de se fazer ajuste nas contas públicas, ainda que o caminho escolhido seja o que menos abre oportunidades de retomada da economia e de fortalecimento dos fundamentos de longo prazo do desenvolvimento. E esses passam pelo investimento em pessoas (educação, saúde, etc.) e tecnologia, bem como o controle sobre os ativos estratégicos, especialmente os recursos minerais. Tomando isso por referência, a gestão Temer está longe de garantir uma herança positiva.

Que questões são mais urgentes a serem resolvidas?
Uma sociedade de mercado descentralizada, complexa, como a nossa, só funciona adequadamente se as pessoas são capazes de entender e aceitar minimamente as regras do jogo social, político e econômico. A crise política, que também tem um componente estrutural, espalha o ceticismo, a descrença e a desesperança nas instituições e na democracia. Sem retomarmos um padrão civilizatório mínimo, seguiremos presos a essa corrida para o fundo do poço. Assim, mesmo que a economia esteja com diversos problemas, o nó górdio é político.

A atual equipe econômica tem condições de segurar a valorização do dólar, de controlar a inflação e o déficit público?
O dólar seguirá pressionado, dado à instabilidade externa, com alta nos juros nas economias avançadas, e interna, com a sucessão presidencial. Preocupa-me a nova estratégia de queimar as reservas para contê-lo. Eu seria mais conservador nesse momento e preservaria as reservas internacionais. A inflação não é um problema no curto prazo e o déficit público seguirá alto. Só a retomada do crescimento e a adoção racional de medidas de racionalização de gasto e de aumento de receitas, em um novo marco tributário, que reduza a regressividade do sistema, poderão garantir uma equação fiscal mais satisfatória.

De que forma a disputa comercial dos EUA com China e União Europeia poderá impactar positivamente na economia brasileira?
A guerra comercial só vai gerar mais instabilidade. É uma má notícia em um momento em que a economia global estava se recuperando de forma mais intensa. Ganhos pontuais tendem a se diluir em um quadro geral de aumento do protecionismo.