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Economistas e estudantes lotam auditório da Unisinos no III Encontro de Economia

O Corecon-RS promoveu, no último sábado, dia 24, na Unisinos Campus Porto Alegre, o III Encontro de Economia, que reuniu, ao longo de todo o dia, economistas de renome para discutirem temas, como o acordo do Mercosul com a União Europeia, o papel dos bancos de desenvolvimento na atualidade, a transformação digital, economista e mercado de trabalho, entre outros assuntos.

palco5O Encontro foi aberto pelo presidente do Corecon-RS, economista Rogério Tolfo. O presidente agradeceu a presença dos professores, coordenadores e estudantes de Cursos de diversas universidades de todo o estado, como Fahor, UFRGS, UFSM, UCS, Unisinos, Unipampa, PUCRS, Fadergs, Unijuí, Ulbra, UPF, UFPel e FURG. Ressaltou a importância dos apoiadores e patrocinadores do evento e anunciou os temas e painelistas que se apresentarão ao longo do dia.

nunes5A palestra de abertura foi proferida pelo Economista-Chefe da Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs), André Nunes de Nunes, que abordou o tema “O Acordo de Livre Comércio Mercosul-UE e as perspectivas para a indústria”.

Economista, com mestrado e doutorado em Economia Aplicada pela UFRGS, André Nunes é Economista-Chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) e Coordenador do Comitê de Investimentos da Sociedade de Previdência Privada do Rio Grande Do Sul (Indusprevi). Iniciou sua fala apresentação um resgate histórico desde a criação do Mercosul em março de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção, enfocando as dificuldades e os avanços até o momento atual. Apresentou dados em PIB sobre o grau de abertura comercial, a evolução das tarifas de importação e benefícios da integração. Abordou as principais características do Acordo entre o Mercosul e a União Europeia e falou das diferenças das políticas comerciais existentes entre os dois blocos. “O bloco europeu é bastante aberto e seu protecionismo é concentrado em produtos agrícolas e alimentares, justamente aquelas que o Mercosul tem mais vantagens comparativas”, afirmou, lembrando que “o Mercosul nunca realizou acordo com países desenvolvidos e abrangendo tantos temas”. Falou da balança comercial atual do Brasil com os países da União Europeia e da ampliação do comércio que o Acordo possibilitará aos países integrantes do Mercosul. Apresentou, também, uma radiografia da situação comercial do Rio Grande do Sul com os países da comunidade europeia e falou dos benefícios que o Estado terá com a ampliação do comércio com esses países. “Para o Rio Grande do Sul, o Acordo é mais positivo do que para os outros estados brasileiros, principalmente pela sua maior inter-relação com o agronegócio, setor em que o País possui maior ofensividade no Tratado”, disse. Encerrou sua explanação apresentando uma análise histórica, por setor, do comportamento comercial da indústria brasileira e de suas dificuldades para aumentar a competitividade no comércio internacional.

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No primeiro painel do dia, os economistas Antonio José Alves Junior, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ) e ex assessor do BNDES, Ricardo Hingel, ex-Diretor do Banrisul, e Guilherme Stein, professor da Escola de Negócios da Unisinos e conselheiro do Corecon-RS, com a mediação da jornalista Patrícia Comunello, editora assistente do site do Jornal do Comércio, discutiram o papel dos bancos de Desenvolvimento na atualidade.

Patrícia Comunello falou da importância do tema no contexto da economia brasileira e apresentou o perfil de cada um dos painelistas.
Guilherme Stein explicou, através de exemplos, o processo de liberação de linhas de crédito ofertadas pelos bancos de desenvolvimento às empresas, questionando se realmente esse modelo encontrava-se adequado ao cenário econômico nacional. Lembrou que o papel desses bancos de direcionarem crédito para empresas específicas com projetos menos lucrativos poderia ser útil se esses projetos tivessem alto retorno social, “o que é muito difícil de mensurar e identificar”.

O ex-assessor da presidência do BNDES e atual professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, economista Antonio José Alves Junior, falou sobre a relação financiamento e desenvolvimento, efeitos da carência de financiamento de longo prazo, investimentos privados, financiamento público em infraestrutura e apresentou dados históricos, de números e volumes, de operações diretas e indiretas de financiamento e concessões de crédito. Falou, ainda, sobre as propostas de saída da crise através de investimento em infraestrutura gerado pelo setor privado.

O ex-Diretor do Banrisul, Ricardo Hingel, falou sobre investimentos, juros e os bancos de desenvolvimento. Lembrou que o maior desafio para o crescimento sustentável do Brasil é o financiamento, e criticou o modelo de geração de desenvolvimento concentrado nas mãos do Estado, “que tem se mostrado ineficiente ao longo do tempo”. Citou exemplos de projetos de desenvolvimento, como o PAC, que não deram certo por terem gerado aumento da dívida e desequilíbrio fiscal. Apresentou dados sobre as taxas de poupança de investimento no Brasil, taxa Selic, IPCA, juro real ex post e TJLP, e falou sobre o ambiente de negócios e competividade no Brasil. Disse que a incapacidade de investir do Estado, acabou gerando o voluntarismo econômico, onde, “mesmo com gastos de custeio crescentes, buscou-se investir, mesmo assim, de forma insuficiente”.

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Fizeram parte do primeiro painel da tarde, que abordou transformação digital, Lucas Chagas e Tayllis Zatti, da Nelogica, Carlos Dottori, da XL7 Data Science, e Gabriel Andriotti, do Sicredi Digital. A mediação foi do conselheiro do Corecon-RS, economista Pedro Lutz Ramos.
Doutor em Economia pela UFRGS, Pedro Ramos é Economista-Chefe do Sicredi e conselheiro do Corecon-RS. Apresentou o perfil de cada um dos painelistas e encaminhou a palavra ao primeiro painelista.

Analista Sênior de Conteúdo da Nelogica e trader no mercado de minicontratos futuros, Lucas Chagas é graduado em Administração de Empresas pela UFRGS e pós-graduando em MBA BrokerGlobaI pelo IBMEC, Lucas atua há mais de quatro anos no mercado financeiro, elaborando materiais escritos, audiovisuais e webinários para traders de diversos perfis analíticos e operacionais, com foco em day-traders,que utilizam a análise gráfica e a análise de fluxo de ordens. Explicou que a sua empresa trabalha com a criação de softwares para mercado financeiro e apresentou uma abordagem histórica sobre a evolução da tecnologia no meio da bolsa de valores.

Graduanda em Ciências Atuariais pela UFRGS, Tayllis Zatti é produtora de Conteúdo da Nelogica. Explicou sua atividade na empresa e a preocupação com a qualidade dos conteúdos que são elaborados para as redes sociais, como facebook, linkedin e instagram.

Bacharel em Ciências da Computação e mestre em Administração de Empresas pela UFRGS e pós graduado em Administração pela Fundação Dom Cabral, Carlos Dottori é diretor de Negócios da XL7 Data Science. Com mais de 25 anos de atuação nos mercados de tecnologia, varejo e logística, possui larga experiência em cargos executivos de TI, onde conduziu projetos inovadores, como a emissão da primeira Nota Fiscal Eletrônica do Brasil. Falou sobre a ciência de dados, mineração na internet e arquitetura de nuvem, além da importância dos estudos de mercado, de valor e de carteiras de clientes, e, ainda, sobre os métodos estatísticos tradicionais e de inteligência artificial para poder projetar mercados e indicadores estratégicos para empresas.

Gabriel Andriotti é graduado em Estatística pela UFRGS, com especialização em métodos quantitativos pela PUCRS. Cientista de Dados na plataforma digital do Sicredi, no Tecnopuc, Andriotti falou sobre as empresas em que já trabalhou explicou que está indo para a NuBank, onde irá desenvolver estudos sobre plataformas digitais. Falou de suas experiências no desenvolvimento da plataforma digital Woop, do Sicredi, que teve início em 2017. Modelo inspirado no Spotfy, considerado mais horizontal, o Woop está proporcionando aos clientes maior interatividade com ofertas e experiências digitais, além dos recursos tradicionais oferecidos pela empresa. “Prestem muita atenção no que vem acontecendo no mercado financeiro do Brasil!”, afirmou, lembrando as transformações digitais e citando exemplos, como a Nubank, empresa criada há seis anos e que apresentou rápida inserção no mercado.
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“O economista e o mercado de trabalho” foi o tema do painel de encerramento, que contou com as participações dos economistas Marcos Tadeu Lelis, professor da Unisinos, José Junior de Oliveira, conselheiro do Corecon-RS, professor da ESPM e vice-presidente da Apimec, Patrícia Palermo, Economista-Chefe da Fecomércio e professora da ESPM, Giovana Menegotto, doutoranda em Economia Ufrgs, e do estudante de Economia Everton Bisinella, da UPF.

Graduado em Ciências Contábeis pelo Universidade de Passo Fundo em 2015, o estudante de Ciências Econômicas pela UPF, Everton Bisinella iniciou sua fala explicando que viu no intercâmbio proporcionado pela Universidade uma possibilidade de crescimento no aprendizado, o que acabou levando-o a estudos na Polônia. Lá, enfrentou a fase inicial de grandes dificuldades de comunicação, mas a curiosidade pelas diferenças de cultura acabaram impulsionando o seu aprendizado. Falou das características educacionais e econômicas do país.

Giovana Menegotto falou sobre sua trajetória, desde quando decidiu largar sua atividade principal, como Nutricionista, para optar pela Economia. Cursou o mestrado na área da Economia da Saúde e vem realizando o doutorado, com o intuito de ingressar na área Acadêmica. Disse que, paralelamente a esse objetivo, vem atuando na Assessoria da Fecomércio, cuja experiência tem sido extremamente gratificante.

O professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da Unisinos e consultor em Inteligência Comercial e Competitiva, economista Marcos Lelis, falou sobre sua trajetória, que iniciou com estudos, ao longo de quatro anos, de Engenharia Química, de Produção. Tempos depois, optou pela Economia, quando, ainda como graduando teve a oportunidade de participar de projetos de pesquisa dentro da Universidade. Graduado, entrou na academia e foi convidado a atuar na área de inteligência comercial, através da Apex Brasil. Falou de suas atividades como professor e de consultoria, na elaboração de projetos e implementação de metodologias de medição de impactos de políticas públicas, desenvolvidos em consultoria de inteligência comercial.

Economista, com pós-graduação e especialização em Administração Financeira pela Unisinos e com mestrado profissional em Economia Aplicada pela UFRGS, José Júnior de Oliveira é vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais do Mercado de Capitais (Apimec-Sul) e Analista Sênior da Caixa de Assistência dos Empregados do Banrisul (Cabergs). É conselheiro do Corecon-RS e professor universitário na área de Finanças e Mercado de Capitais na ESPM Sul, e de Finanças, Mercado de Capitais e Governança Corporativa em cursos de pós-graduação e MBA em diversas instituições de ensino superior. Disse que desde o início de sua graduação identificou-se com a área de mercado de capitais e gestão de recursos, onde passou a atuar. Anos depois, por volta de 2006, ingressou na Academia, o que o levou a fazer o mestrado. Ressaltou que, como professor da área financeira, sente claramente que os cursos de economia deveriam se aproximar mais do mercado de capitais, que tem uma ligação muito forte com o setor produtivo da economia.

Economista, com mestrado e doutorado em Economia Aplicada pela UFRGS, Patrícia Palermo é Economista-Chefe da Fecomércio-RS, professora da ESPM e das faculdades São Francisco de Assis. Possui larga experiência como consultora econômica de indústrias, grandes varejistas, grupos hoteleiros e instituições financeiras e foi Economista do Ano Corecon-RS, em 2016, e recebeu o Prêmio "Mulheres que Inspiram", do Jornal Zero Hora, em 2017. Patrícia falou sobre sua trajetória estudantil e profissional. Disse que entrou na universidade onde iniciou seus estudos em Farmácia, mas, como nunca se sentiu à vontade no curso, cancelou a matrícula um ano e meio depois, partindo, em seguida, para a economia. Ressaltou que a matemática e o modo lógico de processar o funcionamento das escolhas, proposto pelas ciências econômicas, a fizeram sentir-se rapidamente atraída pelo novo curso. Destacou que o curso de economia possibilitava a ela o exercício de uma habilidade, que é a capacidade de comunicar-se de forma clara, didática e objetiva. Dirigindo-se aos estudantes, disse: “Aprendam línguas, programação e comuniquem-se bem, na fala e na escrita! Existe um desafio muito grande para os economistas, que é falar uma linguagem que as pessoas possam entender”, explicou. Outra questão destacada pela economista foi o empenho. “Esforcem-se porque, a partir daí as coisas boas começam a acontecer. Não interessa o que vocês façam, façam da melhor maneira possível, sempre! Quando fazemos algo com excelência, passamos a chamar a atenção”, complementou.

O presidente do Corecon-RS encerrou o III Encontro de Economia, agradecendo a presença de estudantes e professores de diversas instituições do interior do Estado. Agradeceu aos coordenadores dos Cursos, professores Gisele Spricigo (Unisinos), Rogério Piva (FURG),Marlene dal Ri (Unijuí), Julcemar Bruno Zilli (UPF), Stephan Sawitzki (Fahor) e Jaqueline Maria Corá (UCS), e aos conselheiros e colaboradores do Corecon-RS pelo apoio. Ressaltou, ainda, a importância dos patrocínios do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e do Conselho Federal de Economia (Cofecon), com o apoio da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Docile Alimentos e Águas Mineral Sarandi, para o sucesso do Encontro.
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Também participaram do III Encontro de Economia o conselheiro Aristóteles Galvão,o grande responsável pela articulação e presença dos Cursos de Economia ao evento, os conselheiros Antônio Carlos Brites Jaques, Filipe Grisa, Lucas Schifino e Vanessa Sulzbach. Da mesma forma, prestigiaram o evento, o ex-presidente do Corecon-RS e atual conselheiro federal Clovis Meurer, o conselheiro federal Henri Bejjzman, o ex-presidente do Corecon-RS, Lauro Renck, os ex-vice-presidentes Bruno Breyer Caldas, Carlos Alberto Abel e Darcy Francisco Carvalho dos Santos, o ex-conselheiro Vladimir da Costa Alves e a coordenadora da Comissão de Educação Financeira do Corecon-RS, Janile Soares.

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