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A evolução da Saúde e o mercado para Economista foi tema de palestra de Balbinotto

 

O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pesquisador do Instituto de Avaliação de Tecnologias em Saúde, economista Giácomo Balbinotto Neto, foi o palestrante da última edição do Economia em Pauta, ocorrida na noite da quarta-feira, dia 11, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O evento, que abordou o tema “Economia da Saúde”, foi aberto pela presidente do Corecon/RS, economista Simone Magalhães, que agradeceu a presença do palestrante e da plateia, e falou da importância da economia da saúde como uma nova e grande oportunidade de atuação para o profissional da Economia no mercado de trabalho.

O professor Balbinotto, que desenvolve ações e projetos de pesquisa na área de economia da saúde, farmacoeconomia e avaliação de tecnologias em saúde, iniciou sua apresentação conceituando Saúde, sob a ótica da Organização Mundial de Saúde (OMS). Explicou que se trata de um estado de bem-estar físico completo, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade, e que a economia da saúde é responsável hoje por cerca de 10% do PIB brasileiro. Apresentou ilustrações e informações que revelam maior convergência de pessoas com idades mais elevadas, próximas a 80 anos, em países com maior PIB per capita, em função dos avanços e melhorias das tecnologias da saúde, como medidas sanitárias, alimentares e nutricionais. “As pessoas vivem cada vez mais tempo, e, com isso, vão surgindo novos problemas e novos desafios ao setor, que terá que encontrar uma fórmula que concilie o avanço da idade com a alocação dos recursos necessários para esse atendimento”, disse. Lembrou a natureza da saúde, e seus respectivos incentivos e contrapartidas, com suas características de imprevisibilidade de demanda, de assimetria de informação, de risco moral, de incertezas e de intransferibilidade. Citou estudos de Kenneth Arrow, do ano de 1963, ligados à presença e extensão da incerteza, e artigos sobre análise de decisão, dos autores gaúchos Lídia Medeiros e Airton Stein, além do Modelo de Grossman, de 1972, que introduz a ideia de que os indivíduos produzem saúde.

O professor da UFRGS explicou que economia da saúde é um campo de conhecimento relativamente novo dentro da teoria econômica, que esttá voltado para o desenvolvimento e uso de ferramentas de economia na análise, formulação e implementação das políticas públicas em saúde. Falou sobre os fundamentos da economia da saúde, como a importância de obter a máxima eficiência no uso dos recursos materiais, humanos e financeiros diante de uma realidade de recursos finitos, de custos crescentes e de necessidades ilimitadas, e relacionou suas áreas de estudo, como saúde e valor, determinantes da saúde e doença, demanda, serviços, seguros, mercados, avaliação econômica, eficiência e equidade. Disse que a economia da saúde estuda a forma como os recursos são alocadas ao setor de saúde e distribuídos à população, através de suas redes. “A sua relevância está na capacidade de informar e de influenciar nas decisões daqueles que formulam as políticas de assistência”, disse, lembrando que o papel do economista é “informar os agentes públicos sobre as opções de custos e benefícios que determinadas ações possam trazer”. Afirmou que as especificidades do setor fazem do economistas, profissionais extremamente requisitados, pelas técnicas econométricas para lidar com essas especificidades.

Giácomo Balbinotto Neto referiu-se à economia da saúde animal como um espaço ainda inexplorado e citou a farmacoeconomia como mais uma área da economia da saúde que, envolvida pela interdisciplinaridade da matemática, estatística, economia, direito, entre outras, avalia o valor global dos produtos farmacêuticos. Explicou que a farmacoeconomia fornece informações críticas à alocação dos recursos de cuidados com a saúde, constituindo-se num valioso instrumento de apoio para a tomada de decisões, que envolve avaliação e direcionamento de investimentos baseados na distribuição mais racional de recursos. “Isso permite aos profissionais conciliarem necessidades terapêuticas com possibilidade de custeio individual das empresas provedoras de serviço do sistema de saúde”, disse. Apresentou gráficos com projeções da evolução da idade mediana da população brasileira, que demonstram crescimento cada vez maior da expectativa de vida e do envelhecimento da população e alertou para a necessidade de acompanhamento, por parte dos serviços de saúde, à essa crescente demanda. Falou sobre as ações de economia da saúde que vêm sendo realizadas no Rio Grande do Sul, como o I Encontro Gaúcho de Economia da Saúde, ocorrido em dezembro último na Unisinos, e de grupos de trabalhos existentes na UFRGS, UFPEL e na PUCRS. Citou, ainda, a excelência dos pesquisadores de diversas áreas, envolvidos em trabalhos nas áreas de transplantes, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e da Santa Casa de Misericordia, ou, mesmo, das ações que vêm sendo realizados por instituições hospitalares, como Hospital São Lucas.

Ao finalizar sua palestra, o professor Balbinotto ressaltou os tipos de análises econômicas no setor, citando o QALYs, que representam os ganhos do indivíduo com a qualidade de vida, e concluiu sua apresentação citando uma série de trabalhos e obras que sobre o tema, assim como a relevância da Biblioteca Virtual de Economia da Saúde (BVES).

Também prestigiaram esta edição do Economia em Pauta, os conselheiros Alfredo Meneghetti Neto e Rogério Tolfo, e o ex-presidente Lauro Renck.

No final do Encontro, foi servido um coquetel aos presentes, com a cortesia da Água Mineral Sarandi, Fante/Cordelier e Plaza São Rafael.