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PUCRS sedia Corecon Acadêmico

brunoCom o apoio do Curso de Ciências Econômicas da PUCRS, o Corecon-RS realizou, na noite da última segunda-feira, dia 16, mais uma edição do Corecon Acadêmico. Participaram o presidente do Corecon-RS, economista Rogério Tolfo, o vice-presidente e professor da PUCRS, economista Bruno Breyer Caldas, e o Economista-Chefe do Sistema Farsul, Antonio da Luz. Para um público formado por estudantes e que contou também com a participação de docentes, abordaram “A atuação profissional do economista”.

Bruno Caldas iniciou sua fala comentando a extinção da Fundação de Economia e Estatística (FEE) pelo Governo Sartori, o que qualificou de lamentável, pela relevância dos estudos e pesquisas que a instituição produz para a sociedade e porque fere princípios básicos do entendimento de um bem público, que são as suas características de bem não-rival e não-excludente. Falou sobre a graduação, mestrado e doutorado e que depois de todos esses anos de estudos científicos de economia e finanças descobriu, por exemplo, que as tomadas de grandes decisões, como investir em uma nova máquina em expansão ou uma nova fábrica, partem de análises a partir de ferramental teórico abstrato da economia, que se aprende ao longo dos estudos. Citou, na física, a teoria newtoniana da queda de objetos no vácuo que serve como base para a vida cotidiana, “mas que é imperfeita, e que a partir dela que a gente inclui as restrições do mundo real”. Disse que, com posse desse ferramental abstrato, o economista consegue criar análises de prospecção para as soluções exigidas pelo mundo real e entender o funcionamento da economia. Falou, ainda, sobre a importância de ferramentas consideradas essenciais para o conhecimento de técnicas de quantificação das relações dentro das empresas. “Temos que conhecer, por exemplo, através da econometria, os métodos quantitativos para mensurar as relações entre as variáveis”. Falou sobre o novo cenário de evolução dos dados, através da Data Science, e enfatizou, ainda, instrumentalizações necessárias para o melhor enfrentamento do mercado atual, como o conhecimento de ambientes integrados para cálculos estatísticos e gráficos, como programação R, assim como o domínio do Excel e Stata. Alertou para o uso do senso comum, sabendo perceber os impactos negativos e positivos das políticas econômicas que as pessoas normalmente não percebem. “Assim começaremos a construir, dentro das empresas, decisões econômicas corretas, através de planejamento estratégico com base em conhecimentos mais diversos da economia”, concluiu.


tolfoO presidente Rogério Tolfo explicou que concluiu o ensino fundamental muito jovem, aos 16 anos de idade, sem saber o que queria cursar na faculdade. Iniciou seus estudos na PUCRS, em Engenharia, onde cursou ao longo de dois anos, mas que foi o contato com a cadeira “Economia para Engenheiros 1”, que o fez cursar Economia. Como estagiário da FEE, lotado no Núcleo de Estudos Agrários, iniciou o desenvolvimento de grandes aprendizados e, consequentemente, oportunidades no mercado de trabalho. Ressaltou a importância do estágio ao longo do Curso, como a melhor forma de entrada no mercado de trabalho. Explicou que a experiência adquirida na FEE acabou gerando proposta para atuação em uma empresa de consultoria no setor agrícola, que atuava com compra e venda de grãos. Em função disso, acabou declinando de outra proposta, que era a realização do mestrado e a consequente oportunidade para a carreira acadêmica. Dois a três anos depois, foi trabalhar numa empresa de consultoria na área financeira, que captava recursos de longo prazo no sistema BNDES para investimento fixo e incentivos fiscais para seus clientes, elaborando projetos de viabilidade econômico-financeira e cartas consultas. Recebeu proposta para formar, junto com outros colegas, a própria empresa de consultoria, onde atua até os dias de hoje como profissional liberal, atuando nesse mesmo mercado e no de fusões e aquisições, em parceria com outros profissionais e empresas do segmento. Mesmo tendo recebido propostas para migrar a sua atividade profissional, optou por seguir no segmento de consultoria. “Por isso a importância de o estudante ou profissional estar sempre atento às inúmeras opções e alternativas que batem a nossa porta”, disse, lembrando a necessidade da constante atualização, muito estudo e do domínio da língua inglesa. Finalizou, chamando a atenção para as novas áreas que veem surgindo no mercado de trabalho, em especial a de inovação e tecnologia. “Trata-se de um vasto campo de atuação para o economista”, concluiu.

antonio“O economista é formado por duas características: o lugar onde se forma e a pessoa que é”, afirmou o Economista-Chefe do Sistema Farsul, Antonio da Luz, que iniciou sua fala ressaltando o comportamento das pessoas diante do conhecimento que acumulam. Elogiou a qualidade de ensino proporcionado pela Faculdade de Ciências Econômicas da PUCRS, dizendo que se graduou e fez mestrado pela UFRGS e que está cursando o doutorado na PUCRS. “Eu não teria vindo para cá se não tivesse certeza de que aqui eu aprenderia muito”, disse. Ressaltou a importância da humildade, seja no aprendizado ou na capacidade de ouvir e de aprender com os profissionais mais velhos, “aqueles que fizeram há mitos anos atrás, aquilo que estamos fazendo agora”. Concluiu sua apresentação dizendo que o mercado tem muitas oportunidades para os economistas bons. “Mas só para os bons. Porque ele espera que as pessoas resolvam seus problemas”, acrescenta. Alertou, ainda, sobre a necessidade de evitar o “emburrecimento”, fugindo dos extremos e de, como profissional da economia, manter-se afastado dos políticos e da vinculação política. “Acho importante as pessoas terem suas vinculações e participarem daquilo que acreditam. O que não vejo como positivo é fechar os olhos para a realidade, deixando seu conhecimento técnico para um segundo plano”, afirmou. “Devemos usar nosso conhecimento para melhorar a política e não para justificar os erros daqueles que nos representam”, disse. Encerrou sua participação alertando os presentes sobre a excelência do mercado agro para a atuação dos economistas. “O setor agro, que gera muito dinheiro, tem muita carência de economista”, finalizou.

Também estiveram presentes no evento o conselheiro do Corecon-RS, economista Aristóteles Galvão, o ex-conselheiro, economista Vladimir Alves, o coordenador do Curso de Ciências Econômicas da PUCRS, economista e professor Gustavo Moraes, e o professor Carlos Nelson dos Reis.