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2021 será o ano internacional da economia criativa para o desenvolvimento sustentável, segundo a ONU


Apesar das perdas geradas pela pandemia do coronavírus, o setor segue se reinventando
e o mercado está otimista em relação à sua recuperação

Como bem sintetiza o nome, o setor de economia criativa é o que engloba profissionais e empresas cuja matéria-prima principal de trabalho é a criatividade. Incluindo áreas como design, arquitetura, moda, publicidade, mídias editoriais e audiovisuais, tecnologia, games, artes, música, artes cênicas e outras diversas expressões culturais, de acordo com a definição do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), tal mercado abrange a criação, produção e distribuição de bens e serviços que têm inovação, cultura e capital intelectual como insumos básicos.

Um dos maiores mercados de economia criativa entre os países emergentes, o Brasil teve o setor bastante afetado pela crise gerada pelo surgimento do coronavírus em 2020. Antes da pandemia, o mercado vivia uma boa fase no país. Para se ter uma ideia, a produção cultural era responsável por milhões de empregos formais diretos. Segundo dados oficiais do IBGE, em 2018 o setor já representava nada menos do que 4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Em 2019, o faturamento foi de 190 bilhões e as projeções eram de crescimento anual médio de 4,2%.

Com a crise sanitária, o mercado só deve voltar a de fato crescer em 2022. De acordo com o estudo “Pesquisa de Conjuntura do Setor de Economia Criativa – Efeitos da Crise da Covid-19”, desenvolvido pela a FGV Projetos, em parceria com o SEBRAE e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, o setor sofreu um grande impacto em 2020 e 88,6% de micro e pequenas empresas e profissionais autônomos indicaram ter sofrido com queda do faturamento. O impacto econômico teve como consequência demissões, suspensão dos contratos de trabalho, redução de salário com complemento do seguro desemprego e redução de jornadas.

Ainda assim, apesar de ser um dos mais afetados pela crise gerada pela pandemia de COVID-19, o setor continua sendo bastante valorizado, e sua capacidade de reinvenção fez com que ele despontasse como possível solução para a economia como um todo, se tornando fundamental para ajudar criar, produzir e utilizar bens e serviços na nova realidade mundial que vivemos.

Com um modelo de desenvolvimento pautado pela criatividade, cultura e inovação, a economia criativa transforma o capital intelectual em valor econômico. Apesar de não quantificável, a criatividade humana quando aplicada em empresas e indústrias, cria soluções capazes de gerar riqueza, tornando-se uma força vital na aceleração do desenvolvimento humano.

Não à toa, a ONU declarou 2021 como “Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável”. Segundo a organização, nos últimos 15 anos, o setor foi um dos que obteve crescimento mais rápido da economia mundial em função de seu poder transformador de geração de renda, empregos e exportações.

Em tempos de crise, é natural que novos modelos de negócios orientados pela criatividade e inovação se destaquem ainda mais. “Se bem nutrida, a economia criativa pode ser uma fonte de transformação econômica estrutural, progresso socioeconômico, criação de empregos e inovação. Ao mesmo tempo, contribui para a inclusão social e o desenvolvimento humano sustentável”, diz o relatório da organização sobre a economia criativa.

Com a urgência de se promover um crescimento econômico sustentável e inclusivo potencializada pelo coronavírus, a tendência é que mesmo com os impactos negativos da pandemia de COVID-19, o setor siga se reinventando e ganhando ainda mais valor agregado. Neste momento de flexão da economia, com expectativa de retomada do mercado de trabalho aos poucos, a criatividade se fortalece como um caminho para diversificação da produção econômica mundial e o mercado está bastante otimista.

O Banco Mundial estima que o setor responda atualmente pelo índice de 7% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial. Na América Latina, mesmo com a crise, ele deve movimentar algo em torno de US$ 174 bilhões, contribuindo para a geração de mais de 20 milhões de empregos nos próximos anos.

Mercados específicos como o de games e serviços de streaming, por exemplo, cresceram bastante mesmo durante a pandemia. De acordo com dados da NewZoo e do Morgan Stanley Research compilados pela corretora de valores Avenue, após o crescimento de 500% do faturamento de empresas desenvolvedoras de jogos digitais em 2020, a expectativa é que o setor movimente 180,1 bilhões de dólares em 2021. Outra pesquisa, realizada pelo grupo Consumoteca, mostrou que os serviços de streaming ganharam relevância, já que 51% dos brasileiros passaram a considerá-los prioridades de gastos durante a pandemia.

A verdade é que a pandemia terminou acelerando tendências que eram esperadas apenas para os próximos 5 a 10 anos. Grande parte dos negócios foram reconfigurados e a fusão entre o presencial e o digital gerou construção de novas formas de organizações econômicas e sociais mais inclusivas. Em longo prazo, isso significa que a economia criativa deve ajudar a otimizar o crescimento do mercado brasileiro como um todo nos próximos anos, já que outros setores não criativos se vêem obrigados a buscar inovação e diferenciais competitivos que vão muito além da redução de custo ou produtividade.

Fonte:  Matéria e Foto/Site Panamericana Escola de Arte e Design