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Inteligência artificial traz aumento de produtividade

Especialista Eduardo Zylberstajn abordará o assunto em painel no V Encontro de Economia no dia 12 de agosto

Eduardo z

Desde que foi lançado em novembro do ano passado, o ChatGPT tem mexido com o mercado e na área econômica não é diferente. Na avaliação do consultor da FIPE, Cofundador e CEO da Kognita Lab, Eduardo Zylberstajn, a ferramenta, assim como outras aplicações de inteligência artificial tem um impacto positivo na econômica, aumentando a produtividade, com potencial, inclusive, para diminuir a desigualdade social. O especialista falará sobre o assunto no painel “Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia que fazem a diferença nos negócios e Startups”, no V Encontro de Economia promovido pelo Corecon RS no dia 12 de agosto no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa. As inscrições para o evento estão abertas, clique aqui e garanta a sua vaga. https://www.sympla.com.br/evento/v-encontro-de-economia-rs/1984702 .
O Corecon RS conversou com o especialista sobre o tema, confira:
 

Corecon - De acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey, até 2030 cerca de 800 milhões de empregos em todo o mundo podem ser substituídos por automação, mas outras 1,2 bilhão de novas vagas deverão surgir. Como você avalia essas mudanças no mercado, frente a essas novidades?
Eduardo Zylberstajn - Em geral, a IA como um todo potencializa o trabalho dos humanos. Há casos já documentados na literatura de aumento de produtividade de trabalhadores com o suporte de ferramentas como o ChatGPT, como por exemplo, operadores de atendimento ao cliente; um outro exemplo são motoristas de táxi, que recebem 'dicas' de onde buscar passageiros. Em todos esses casos, a IA aumenta a renda das pessoas, mas tem um impacto maior justamente naqueles que anteriormente eram os menos produtivos. Ou seja, há casos em que a IA atua para diminuir a desigualdade de renda. Claro, há postos de trabalho que sumirão do mercado, por causa dos ganhos de produtividade. Isso significa, na maioria dos casos, produtos e serviços mais baratos, liberando renda para consumirmos outras coisas - e assim, criarmos novas ocupações. É um processo natural e já vivido historicamente. Hoje não existem datilógrafos, por exemplo. Mas não sentimos falta disso, e a taxa de desemprego não é alta por causa disso.

Corecon - Como você avalia a entrada do ChatGPT no setor da economia?
Eduardo Zylberstajn - O ChatGPT é um (bem-sucedido) caso de uso de modelos e aplicações de Inteligência Artificial, mas há inúmeros outros e não é de hoje. A IA tem tido impactos na produtividade da economia, mas acredito que ainda estamos no início de uma fase de grande transformação.

Corecon - Como a ferramenta pode impulsionar os negócios?
Eduardo Zylberstajn - Em geral, os modelos de IA têm como objetivo tornar possível fazer mais coisas ao mesmo tempo, e se possível melhor do que se fazia antes. O ChatGPT permite, por exemplo, individualizar campanhas de marketing, escrever resumos do que aconteceu em jogos de futebol, elaborar relatórios e análises com muito menos recursos (tempo e pessoas) do que antes.

Corecon - Como os jovens que hoje estão se preparando para o ingresso no mercado de trabalho devem se preparar para esses novos cenários, com o avanço da inteligência artificial?
Eduardo Zylberstajn - Por trás de qualquer ferramenta de IA está um (ou alguns) modelos estatísticos. Se uma pessoa jovem quer estar na fronteira do desenvolvimento da IA, precisa dominar estatística. Mas a maioria das pessoas serão usuárias/consumidoras de IA de alguma forma, não necessariamente atuando no desenvolvimento.