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Corecon RS reúne quase 500 pessoas no V Encontro de Economia

Programação contou com palestras e painéis com a participação de importantes nomes da economia gaúcha e do país

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Desafios e perspectivas para a economia gaúcha e nacional, impactos da inteligência artificial na profissão e possibilidades para a carreira estiveram na pauta do V Encontro de Economia promovido pelo Corecon no dia 12 de agosto. O evento reuniu quase 500 pessoas, entre estudantes e economistas, no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Na programação, palestras e painéis com importantes nomes da economia gaúcha e do país. O evento foi patrocinado pelo Sicredi, BRDE, Monte Bravo e Cofecon e teve o apoio da Docile, Água Sarandi e vinhos Calza.

mesa de abertura800Na abertura do encontro, o economista e coordenador da comissão organizadora, Clovis Meurer, destacou a tradição do evento, que já está na quinta edição e lembrou da importância da participação dos estudantes. “O foco principal deste evento são vocês e queremos agradecer a todos que saíram ainda na madrugada e viajaram por horas para chegar aqui”, destacou. Para o presidente do Corecon-RS, Guilherme Stein, o evento se destaca por apresentar o que a economia representa para a sociedade. “Este encontro é para nós uma grande celebração da Ciência Econômica em suas diversas aplicações”, ressaltou. A abertura contou ainda com a participação do presidente do Cofecon, Paulo Dantas, do presidente do Corecon PR, Celso Machado, do presidente do Corecon SC, André Luiz Koerich, e do vice-presidente do Corecon RS, Bruno Lanzer.

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A programação do dia foi aberta com a palestra do Gerente de Desenvolvimento de Pessoas no Sicredi, Rodinei Rodrigues de Azevedo, sobre pessoas e talentos. Ele destacou a importância do conhecimento e do talento para transformar a sociedade e apresentou a estrutura e as possibilidades de carreira no Sicredi.

painel 01Na sequência foi apresentado o painel “RS Perspectivas Setoriais” com a participação dos economistas Giovani Baggio, da Fiergs, Antônio da Luz, da Farsul, Oscar Frank Junior, da CDL/POA e Patrícia Palermo, da Fecomércio. A mediação do debate foi feita pela jornalista da Zero Hora, Marta Sfredo. Os especialistas analisaram os impactos da redução da taxa de juros nos diferentes segmentos da economia gaúcha e as perspectivas de crescimento para os próximos anos.
Luz analisou a recente redução da taxa de juros e fez um alerta sobre o agronegócio. Embora esse setor deva crescer 11,08% neste ano, segundo ele, não há infraestrutura para esse crescimento. Para Baggio, com a tendência de juros mais baixos os investimentos na indústria devem aumentar, mas ele acredita que ainda é preciso recuperar a confiança. Já Frank Junior, salientou que a discussão sobre a redução na taxa de juros deveria estar focada em entender por que os juros são tão altos, mesmo com essa redução, e que reformas devem ser feitas para reduzi-lo. Na avaliação de Patrícia, para ter efetiva redução de juros, é preciso ter maior segurança jurídica nos contratos. “Temos que ter uma cultura de que vender com segurança é tão importante quanto vender”, defendeu. Outro tema abordado pelos painelistas foi a necessidade de investimentos em educação. Para eles, o país só vai avançar em produtividade se qualificar o capital humano.
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O segundo painel da manhã discutiu empreendedorismo, inovação e tecnologia nos negócios e startups e contou com a participação do professor da UFPEL, pesquisador colaborador da UNB sobre Inteligência Artificial, Regis Ely, o doutor em Economia, consultor da FIPE, cofundador e CEO da Kognita Lab, Eduardo Zylberstajn, o economista, fundador da Startup iDactum, Ramiro Severo, o professor da PUCRS e Head do Celeiro Agro Hub/TECNOPUC, Luís Humberto Villwock, e o executivo de Desenvolvimento de Negócios Asaas, Fintechs, Matheus Ramires Gaidzinski. A mediação foi feita pelo vice-presidente do Corecon-RS e professor da PUCRS, Bruno Lanzer. Os especialistas discutiram sobre os impactos da inteligência artificial na carreira do economista, as habilidades e conhecimentos necessários para o economista atuar junto a essas novas tecnologias e os diferenciais competitivos da carreira para atuar nesses novos cenários.
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A palestra de encerramento da manhã foi apresentada pelo diretor executivo do Instituto Mauro Borges (IMB) e ex-presidente do Ipea, Erik Figueiredo, sobre o economista e a política pública. O especialista trouxe suas experiências na vivência da política pública, a importância do economista nesse cenário e os desafios no exercício da função. “O componente político é essencial na política pública, não se pode desconsiderar isso. É muito difícil reduzir um real de imposto, é um esforço enorme para fazer esse cálculo e é muito fácil revogar, basta um decreto”, destacou.

 

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Na programação da tarde, o evento contou com debates sobre mercado de trabalho e análises de cenários da economia nacional. Antes de iniciar a programação, ocorreu o Desafio entre Faculdades de Economia, coordenado pela economista Jacqueline Corá, professora da UCS e conselheira do Corecon RS. A iniciativa busca incentivar o debate focado nas questões locais e promover o conhecimento das diferentes nuances regionais do Estado.


A atividade contou com a apresentação de seis projetos: “Do Tabaco ao Turismo: a importância da microrregião do Vale do Rio Pardo para a economia do RS” (Universidade de Santa Cruz – UNISC); "Região de Passo Fundo: preparada para o futuro" (Universidade de Passo Fundo -UPF), “Potencialidade produtiva na região fronteira Noroeste do RS" (Faculdade Horizontina – FAHOR); "Projeto sobre a revitalização da Orla do Guaíba" (Pontifícia Universidade Católica do RS – PUCRS); "A Incubadora de empreendimentos Econômicos solidários: desempenho, atuação e as contribuições para o desenvolvimento do Município de Santana do Livramento” (Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA); e "Aeroporto Regional da Serra Gaúcha: desafios e oportunidades" (Universidade de Caxias do Sul – UCS). Todos os projetos foram vencedores do desafio.

painel 03 800Na sequência foi realizado o painel “Perspectivas da Economia do Brasil e RS”, com a participação da consultora econômica e sócia da Gibraltar Consulting, Zeina Latif, do economista Aod Cunha, e do Sócio e Estrategista-chefe da Monte Bravo Investimentos, Alexandre Mathias. A mediação do bate-papo foi feita pelo Co-Fundador do Spotnicks.Com, Co-Founder e Head de Conteúdo do Blocktrendsbr, Felippe Hermes. Os especialistas fizeram projeções sobre o crescimento econômico do país nos próximos anos e analisaram a política econômica do atual governo.
Para Zeina, as reformas realizadas desde 2016 têm impactado positivo, especialmente no mercado de trabalho. Mas, para ela, o país só terá um avanço mais acelerado se a agenda da educação avançar. Mathias acredita que neste ano o país irá crescer de 2,25 a 2.5%, motivado pela agricultura e o ajuste fiscal. Já, Cunha lembrou que o crescimento do país vai depender do aumento da produtividade. “Como o crescimento da força de trabalho está indo para zero, esse é o mesmo caminho do nosso desenvolvimento. Precisamos persistir nas reformas, incluindo a reforma do administrativo”, salientou.

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Na sequência, o evento contou com um painel sobre mercado de trabalho com a participação da economista perita, conselheira do Corecon-RS, Fabíola Torres, do economista-chefe do Sicredi, André Nunes, do professor do PPGE da UFRGS, Marcelo Griebeler, e do certified financial planner e assessor de investimentos certificado pela Ancord, B3 e CVM, Felipe Guerra. A mediação foi feita pelo economista da FIERGS e conselheiro Corecon-RS, Marcelo Ayub. Os especialistas apresentaram perspectivas do mercado em diferentes setores como a perícia, iniciativa privada, academia e novos mercados como a área de investimentos financeiros.

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O quinto e último painel do evento discutiu as novas frentes e oportunidades das economias regionais. Participaram do debate o economista, comentarista do Programa Podcast Pelos Caminhos do Rio Grande, Abdon Barretto Filho, o economista especialista em agronegócios, Fouad Fábio El Beitune Said, o presidente da Associação Brasileira de Sommeliers do RS, Julio Cesar Kunz e o empreendedor e sócio da Vinícola Calza, Antoninho Calza Junior. A mediação foi do economista perito, conselheiro do Corecon-RS, Gustavo Raupp. Os especialistas falaram sobre o potencial econômico do turismo do Estado e as possibilidades desse mercado para os economistas. Também foi abordado sobre o mercado do enoturismo e os desafios para os produtores locais. Outro tema em discussão foi a evolução da carreira de sommeliers e o impacto desse segmento na economia e o desenvolvimento do agronegócio. 

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A palestra de encerramento contou com a presença do economista, ex-presidente do Insper e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Lisboa. O especialista fez uma síntese dos problemas da economia brasileira nas últimas décadas, destacando seu baixo desempenho comparado a outros países emergentes. “Se olharmos para o crescimento do nosso PIB per capita, os anos em que tivemos um bom crescimento são piores, comparado aos países emergentes. E os anos ruins são maiores, mais frequentes e muito piores do que de outros países”, salientou. Na avaliação de Lisboa, o país está empobrecendo perante outros países do mundo, emergentes e desenvolvidos.

Entre as causas do subdesenvolvimento o especialista apontou a baixa produtividade e o excesso de proteção às empresas. “Em países desenvolvidos muitas empresas surgem todos os anos e a maioria fracassa. Os EUA têm uma das melhores taxas de desemprego porque deixa as empresas quebrarem, assim os recursos são reinvestidos para outras empresas que logo fazem investimentos. Quanto mais se protege empresa ineficiente mais recursos e capital humano se perde. No Brasil, temos empresas falidas há 40 anos”. Lisboa também comentou sobre a dificuldade do país em ter uma agenda de políticas econômicas contínua. “Quando as coisas estão mal fizemos reformas e evitamos que a recessão fique maior. Mas quando as coisas estão bem voltamos ao retrocesso. Não conseguimos dar continuidade às politicas implementadas no período da recessão e voltamos às práticas do passado”, salientou.

Assim como outros painelistas reforçaram no evento, Lisboa também defendeu a melhoria na qualidade da educação como um dos fatores para alavancar o desenvolvimento econômico. “O Brasil é o país mais ineficiente quando olhamos o gasto público comparado aos resultados no Pisa. O debate público não pode estar focado em aumentar os gastos em educação, mas sim melhorar a aprendizagem e as competências essenciais em Português e Matemática”, defendeu o economista.

O evento foi encerrado com um café de network oferecido pelos organizadores a todos os participantes.

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