Vagas para Economistas

Professor de Economia
 
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DESCRIÇÃO DA VAGA
Estamos buscando um professor de economia para compor o nosso time.

Introdução à Economia
Curso Profissionalizante
Localidade Cachoeirinha
Horário das 19h. às 22h.
Enviar Currículo: j.pinto@terra.com.br

O Economista e o mercado financeiro

Pedro Lutz Ramos

Economista-Chefe do Sicredi, Doutor em Economia,

Conselheiro do Corecon-RS
Corecon-RS Nº  7226

 

 

O que é exigido de um profissional para atuar no mercado financeiro?

O mercado financeiro exige um profissional, que eu diria, que, em termos de competência técnica, não necessariamente falando de conhecimentos que aprendemos na faculdade, mas construídos à base de estudos mais de educação formal, digamos assim. Acho que dentro desse aspecto, é um setor que tem uma demanda por muitos campos de conhecimento. Uma demanda de macroeconomia, de finanças, de matemática, de programação, e, até mesmo, conhecimento de direito. Então, é uma atuação bastante complexa, que engloba pessoas das mais diferentes formações.

E como se encaixa o profissional da Economia nesse mercado?

O economista, por ser um cientista, tem a sua vida facilitada pelo uso de ferramentas lógicas, como estatística, matemática, que estão, naturalmente, no campo do seu conhecimento. Também a macroeconomia, que é praticamente exclusividade de estudo do economista, e que acaba sendo o grande diferencial no mercado, já que se trata de uma área muito complexa e, por isso, acaba sendo mais difícil para os profissionais de outras áreas do conhecimento aprenderem de forma isolada. É que a macroeconomia, por exemplo, é uma bagagem que vai se construindo lá atrás, com o estudo da introdução à economia, a microeconomia, até chegar na macro. E é, sem dúvida, um diferencial muito grande conhecer a macroeconomia e saber como ela se relaciona com finanças ou com o gerenciamento de risco, com crédito, que são pontos extremamente importantes dentro das instituições financeiras. Portanto, o economista acaba tendo essa vantagem porque tem um certo monopólio sobre um assunto. Por exemplo, o estatístico pode ser muito bom em matemática, entender de finanças e até entender de direito, mas para chegar a entender de macroeconomia é uma jornada bem mais longa. Não que eles não aprendam, mas é uma jornada bem mais longa.

Até que ponto os cursos de Economia chegam a preparar os alunos para o mercado financeiro?

Acho que a graduação não consegue entregar tudo que precisa para seus alunos atuarem futuramente no mercado financeiro. Até porque, de alguma maneira, a intensidade do conhecimento exigida em cada um desses campos não é baixa. Embora ele não seja algo ultra complexo, ou seja, não precisa saber programar como um engenheiro da computação, ou conhecer estatística exatamente como um estatístico, não precisa entrar no modo pesado de desenvolvimento, mas, também, não será contemplado por um nível muito intermediário. Dependendo de onde você cai no mercado, para onde está direcionando a carreira, é importante, sim, intensificar. Se está indo para uma área de crédito, talvez deva ter que conhecer programação num nível que não seja tão básico, porque é exigida uma quantidade de dados muito grande nessas áreas. Por mais que se pense em criar produtos e que se use a racionalidade econômica do que se aprendeu em Economia, tem-se que navegar em base de dados, e, para isso, conhecer um pouco de programação, de estatística, enfim. O mesmo, vale para uma área mais financeira, onde tem-se que saber um pouco mais de macroeconomia. E, muitas vezes, o economista aprende finanças num curso formal de Economia, o que, não poucas vezes, é insuficiente para atuar dentro de uma área de finanças.

Aí tem que buscar uma especialização complementar?

Sim. Tem a pós-graduação, ou, mesmo, aproveitar, de forma complementar, os currículos de finanças oferecidos pelos cursos de Administração, de Contabilidade, ou, ainda, a possibilidade de vislumbrar um estágio que possa oferecer um up grade do nível de conhecimento, enfim. Só que, para dificultar, as próprias universidades possuem, entre elas, uma certa variação de ênfase em suas grades curriculares, umas mais voltadas para a macro e finanças e outras para estatística, história ou política de desenvolvimento econômico. O certo é que, por outro lado, toda essa complexidade torna a jornada do estudante de economia ainda mais desafiadora, mas não menos complexa e até intrigante.

Qual o recado que fica para os futuros profissionais de Economia, que pretendem atuar no mercado financeiro?

Especialmente para os estudantes de Economia, que eles procurem analisar bem o currículo, com foco nas cadeiras eletivas que a Universidade está colocando à sua disposição. Conversem com pessoas do mercado para saber se o que se está aprendendo é realmente aquilo que é necessário ou que é importante para conseguir uma carreira no mercado financeiro. Então, eu iria um pouco mais nessa abordagem.

E qual a dica para os profissionais, que querem se especializar nessa área?

Acho muito importante que o novo economista olhe para si próprio, para saber exatamente o que ele quer de sua carreira profissional. O economista é polivalente. Ao mesmo tempo em que pode sair da faculdade com aquela sensação de que não pode fazer nada aplicado, na verdade ele é um cientista, já que aprendeu muitos métodos de resolver um problema, mas não aprendeu necessariamente o método de resolver um problema específico. Então, deve se olhar e ver qual o tipo de carreira ele quer seguir. Se quer trabalhar para o governo, se quer ser um macroeconomista, ou se prefere trabalhar mais com finanças, ou, mesmo, no mercado financeiro. Isso é muito importante para ele buscar uma referência, uma complementação para conseguir atingir seus objetivos.

O mercado financeiro pode ser considerada uma área atraente?

O mercado financeiro agrega um leque de carreiras muito amplo e bem interessante. O crédito, risco de crédito, gestão de recursos, produtos de investimento ou, mesmo, o mercado financeiro propriamente dito, que são as mesas de operações. Cada um desses enfoques demanda uma quantidade de conhecimentos específicos necessários. Mas, apesar de ter uma trajetória mais longa, da qual muitas vezes o indivíduo sai pronto, o mercado financeiro acaba sendo uma carreira rentável, até porque os salários são muito atrativos e, mais importante, são profissões que, uma vez desenvolvida, acaba sendo envolvida com a escassez de pessoas. Então, a jornada pode ser mais penosa, mais desafiadora, mais longa, que envolvem temas complexos, mas que, uma vez adquirido tudo isso, torna-se um ativo muito difícil de ser trocado ao longo de sua caminhada profissional. São carreiras muito legais, muito bacanas de serem desenvolvidas e, ao mesmo tempo, muito compensadoras, em termos de aspectos financeiros e de gosto pessoal.

Economia da Oralidade


Jorge Cury Neto

Economista, Jornalista, professor,
autor do livro Economia da Oralidade

Corecon-PR 

 

Sobre o que trata a economia da oralidade?

A Economia da Oralidade é uma área do conhecimento dedicada ao estu­do da Economia aplicada ao uso econômico da Oralidade e as suas implicações sociais, políticas, culturais, tecnológicas e educacionais. Trata-se de uma área que tem a finalidade de propor, projetar, implementar, gerenciar e administrar a atividade de produção da oralidade e as suas implicações sistemáticas no processo de negociação, de comercialização e de troca de bens e serviços tangíveis e intangíveis.

Qual a importância da economia da oralidade para os profissionais da Economia e de outras áreas do mercado profissional?

Independente da área em que o profissional atua, desde aquelas que utilizam mais intensamente a fala como instrumento básico para o exercício da sua atividade, como aquelas que fazem pouco uso da palavra falada, tem igualmente o mesmo grau de necessidade. Desde o um professor em sala de aula, ou um contabilista, não podem presidir, se não quantitativa, mas qualitativamente, da sua voz para fins de uso profissional.

Para que público são destinadas as oficinas de Introdução à Economia da Oralidade que o senhor vêm produzindo?

Para todos os profissionais interessados em conquistar uma competência comunicativa geradora de riqueza, seja tangível ou intangível, e, em especial, para os economistas, por se trata de uma área econômica, podendo se tornarem economistas da oralidade.

Onde está inserido, dentro da economia da oralidade, o processo de voice design?

O Voice Design é o nome dado a área de desenvolvimento humano da Economia da Oralidade, onde todo o processo prático e de ensino é contemplado. O processo de aprendizagem e capacitação humana se dá pelas diversas etapa componentes do Voice Design.

Qual a importância do True News, especialmente numa época em que o mundo digital está tomado pelas fake news?

Trata-se de um antídoto contra a FAKE NEWS, que prescreve os procedimentos de apuração de notícias, adequada para o leigo que compreende motivar o indivíduo a buscar conhecimento, adquirir habilidade e ter atitude reflexiva diante da notícia consumida, seja, num primeiro momento, considerada falsa ou verdadeira. A proposta é que disciplinadamente aprenda a guardar uns instantes de silêncio, a fazer uma pausa estratégica para absorver adequadamente o impacto da notícia. Deste modo, evita-se uma reação impulsiva, levando o indivíduo a ter a devida cautela para propagar precipitadamente determinado fato, ou informação, que poderá lhe causar diversos danos, de diversos graus de intensidade, que podem ser irreparáveis, inclusive a terceiros. Com esta atitude comunicativa adquirida, o indivíduo está apto para checar a verdade, a realidade, com sinceridade e autenticidade as informações, os fatos que está tomando conhecimento, ao invés de reagir de modo precipitado diante de uma manifestação de fake News, o que, invariavelmente, gera algum nível de contrariedade, indignação, e, muitas vezes, sentimento de raiva, mesmo que inconscientemente, levando o indivíduo a tornar-se um disseminador de maledicência. Ao invés de agir, apenas reage.

Economia criativa e pandemia


Judite Sanson De Bem

Economista, professora da Universidade LaSalle
Corecon-RS Nº 4574

 

O que é economia criativa?

De uma forma clara e objetiva, pode-se definir economia criativa como todo tipo de negócio, ou atividade que produza algum tipo de valor, gerado a partir da criatividade, ou seja, atividades que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, utilizando conhecimento e criatividade.

Que setores da economia estão representados pela economia criativa?

A atividade criativa está em todo lugar, mas a sua base tem foco mais definido nos serviços e, especialmente, nas mais diversas áreas da cultura, como música, artes cênicas, artes visuais, arquitetura, publicidade, gastronomia, enfim.

Por que o Brasil é considerado um dos berços da economia criativa?

A atividade produtiva no Brasil, por definição, é uma atividade que concentra uma grande soma de bens e serviços criativos. Uma questão importante é que não podemos desconsiderar que a economia criativa trabalha também com o lado cultural de uma sociedade, e a cultura, por sua vez, pode ser tanto material quanto imaterial. Então se nós formos usar como plano de fundo o patrimônio imaterial brasileiro, como festas, produção de doces, com suas receitas, como no caso de Pelotas, são uma parte do patrimônio cultural brasileiro. Então, o Brasil é um grande gerador, por ter uma grande parcela de sua renda advindo da economia criativa. Da mesma forma, nós temos um setor musical bastante forte, temos grandes arquitetos na cena mundial, somos produtores de moda e um dos maiores exportadores mundial de calçados. A gastronomia também é um grande segmento da indústria criativa. Temos essa atividade bastante desenvolvida, assim como a questão do turismo cultural. Então, nós somos importantes, sim, na geração de emprego e renda, nestes segmentos como um todo.

Como está a situação da economia criativa no Brasil?

Antes da pandemia, estávamos com uma participação ao redor de 3 a 4% do PIB advindo destasatividades produtivas. No entanto, nós tivemos um choque, um impacto muito grande, porque muitas atividades produtivas criativas foram sacrificadas durante a pandemia. Observamos que até o mês de fevereiro de 2021, portanto quase um ano depois, estamos sem a produção de eventos, sem a produção de peças teatrais, cinema. Então, tudo parou durante um bom tempo e ainda está muito aquém daquilo que era em fevereiro de 2020. No que diz respeito ao emprego, nos diferentes segmentos, houve uma redução bastante significativa, o que se traduziu em desemprego e, portanto, na falta de poder aquisitivo dessas pessoas que dependiam dessas atividades. Houve, também, durante esse período, uma tentativa de retomada. No entanto, essa tentativa fracassou porque, infelizmente, em alguns momentos houve um recrudescimento da pandemia e, até o presente momento,estamos com grandes dificuldades. Ao final do mês de agosto ou setembro, houve a Lei Aldir Blanc, que vem distribuir aos estados, que por sua vez repassarão municípios, recursos destinados aos artistas, que fazem parte da atividade criativa. É importante ressaltar também que algumas atividades criativas foram muito mais afetadas do que outras.

Que percentual do PIB brasileiro, e do RS, é representado pelo setor?

A participação do setor não é superior a 3 ou 4% do PIB, tanto brasileiro quanto do estado do RS. E essa rubrica também se verifica nas contas públicas, inclusive. Em termos de RS, não chegava a 2% das despesas do governo estadual. O Estado é gestor de alguns equipamentos estruturais, entre eles o Teatro São Pedro e a TV Piratini e, no grosso das despesas ou dos encaminhamentos destinados à cultura, é uma das secretarias que menos recebe recursos. E, em termos federais, o problema é mais complexo porque o atual governo dissolveu o Ministério da Cultura, passando a ser uma Secretaria. Estamos, também, na iminência de uma nova legislação, com um formato diferente de financiamento para atividades culturais. Assim, essas ações também são uma forma de não firmar o interesse e demandas que se fazem por parte da sociedade.

Impacto econômico do rompimento do Reino Unido com a União Européia (Brexit)

Marcos Vinícios dos Santos Soares
Bacharel em Economia, 2º Lugar Prêmio Corecon-RS 2020,
Categoria Monografias ou Trabalhos de Conclusão de Curso
Orientadora professora Angélica Massuquetti
Universidade do Vale do Rio dos Sinos - Unisinos

 

Qual a proposta do trabalho "Análise do impacto econômico do rompimento do Reino Unido com a União Européia (Brexit) por meio do modelo de equilíbrio geral computável", 2º Lugar categoria Monografias ou Trabalhos de Conclusão de Curso, no Prêmio Corecon-RS 2020?


Em 2016, os cidadãos do Reino Unido compareceram às urnas para votarem pela permanência ou não do Reino Unido na União Europeia (UE). O objetivo deste estudo é avaliar os impactos sobre o comércio internacional e os efeitos sobre o bem-estar no Reino Unido e na UE a partir da consolidação do Brexit. Nesta pesquisa, utilizou-se a classificação de produtos por grau de intensidade tecnológica, segundo os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e o modelo de equilíbrio geral computável, mediante uso da base de dados Global Trade Analysis Project (GTAP), versão 9.

Qual a origem do termo Brexit?

O movimento da saída do Reino Unido da União Europeia foi denominado Brexit, devido à junção das palavras British com Exit (Saída Britânica). Esse movimento é muito antigo, mas ganhou força após a crise americana do subprime (2008/09) que deixou a economia europeia fragilizada. O movimento se consolidou em 2016, onde houve um referendo que perguntou a população britânica se queriam ou não permanecer no bloco. O resultado do referendo deu a vitória à saída do Reino Unido da União Europeia, com 51,9% dos votos. Esse processo,marcou a história do bloco europeu, pois foi a primeira vez que um país solicitou seu desligamento.

Por que optaste por utilizar a classificação de produtos por grau de intensidade tecnológica e o modelo de equilíbrio geral computável como base metodológica de análise?

Classificar os produtos com base em intensidade tecnológica de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) permite-nos analisar os produtos de acordo com a intensidade em Pesquisa e Desenvolvimento(P&D), muito utilizada em estudos de Economia da Inovação no mundo todo. Essa classificação adota uma hierarquia entre os setores produtivos para classificá-los em grupos de intensidade tecnológica. Já, o modelo de equilíbrio geral computável utilizado, denominado Global Trade Analysis Project(GTAP) versão 9, é um modelo que mede os efeitos econômicos causados em um país que decide sair ou entrar em um bloco econômico. A partir desse modelo, é possível verificar os efeitos, por exemplo, das variações do volume de importação e do bem-estar do Reino Unido e de seus parceiros comerciais após o Brexit. Esta versão do GTAP possui uma base de dados que engloba 140 regiões e uma gama de 57 setores. O modelo funciona em uma economia com retornos constantes de escala e num ambiente de concorrência perfeita, englobando multirregiões e multissetores.

Por que o Reino Unido chegou a propor o desligamento do bloco se as desvantagens seriam muito grandes?

Os britânicos sempre tiverem uma relação tempestuosa com o bloco europeu desde a sua entrada em 1973. Após a crise do suprime de 2008/09, a União Europeia passou por sérios problemas econômicos e a onda eurocética ganhou força entre os britânicos. Uma prova disso foi o fortalecimento do partido UKIP United Kingdom Independence Party (Partido da Independência do Reino Unido), que ganhou muitos assentos no Parlamento Europeu. Devido a isso, os políticos britânicos resolveram realizar um referendo para perguntar aos eleitores se estavam de acordo em sair do bloco. Muitos estavam esperando que o Brexit saísse derrotado nas urnas e não levaram a sério o referendo, pois sabiam que as desvantagens seriam muito maiores. Os eleitores mais velhos e pertencentes ao euroceticismo votaram em peso, dando a vitória ao Brexit.

Quais as principais conclusões do seu estudo?

Os resultados revelaram que o Reino Unido seria o maior prejudicado com a ruptura, ocorrendo uma redução no volume de bens transacionados e uma diminuição do bem-estar – queda na eficiência alocativa e deterioração dos termos de troca. Identificou-se que a UE também seria prejudicada com o Brexit, porém com menor intensidade, devido ao seu mercado comum. Observou-se, também, que outras regiões obteriam vantagens comerciais e de bem-estar, como, por exemplo, RICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), USMCA (Estados Unidos, México e Canada) e Brasil.

 

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